ISSN 2359-5191

09/10/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 93 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Física
José Goldemberg comenta o programa energético brasileiro

São Paulo (AUN - USP) - Em palestra realizada no Instituto de Física da Universidade de São Paulo, José Goldemberg, ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Educação e Meio Ambiente do Governo Collor, e ex-reitor da USP, comentou sobre o programa energético brasileiro, apresentando dados sobre a matriz energética nacional e perspectivas para os próximos anos.

Goldemberg começou sua apresentação explicando de onde o Brasil tira sua energia. O País possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, graças aos recursos hidráulicos, à biomassa e ao etanol. Quase 75% da eletricidade consumida no país provêm de hidrelétricas.

Mesmo assim, o Brasil ainda depende muito de combustíveis fósseis, como o petróleo. O ex-reitor tocou na importância ambiental de adaptar as fontes de energia do muno. De acordo com Goldemberg, a produção e consumo de energia são os maiores responsáveis pela poluição da atmosfera e pelo efeito estufa, mas fez uma ressalva: “Querendo ou não, os combustíveis fósseis trouxeram uma vida confortável para 25% da população mundial”.

De acordo com Goldemberg, em quase dois séculos o consumo mundial de energia saltou de 15 exajoules (1 exajoule = 1.000.000.000.000.000.000 joules) para 500 exajoules. Para efeitos de comparação, um exajoule equivale a 174 milhões de barris de petróleo. “Estamos atingido o pico das reservas de carvão, gás e petróleo no mundo”, advertiu o professor.

O ex-ministro também explicou como funciona o planejamento elétrico nacional, baseado na relação entre renda per capita e o consumo de petróleo. Goldemberg considera esse método equivocado, pois não considera fatores que aumentam ou reduzem o consumo de energia, como o clima de determinado país ou região. O governo faz previsões para o cenário econômico para daqui algumas décadas. São estipulados diversas situações, com crescimento, retração ou estabilidade do PIB. De acordo com essas previsões, em 2030, mesmo com o pior cenário econômico possível, o consumo de energia no Brasil triplicará.

Goldemberg também apresentou o que devem ser os próximos investimentos em energia. A expectativa é que se aumente a participação da energia eólica na matriz energética nacional. Também estão previstas novas usinas hidrelétricas sem barragens na região do Amazonas. O ex-reitor fez breves comentários sobre a energia nuclear, por considerar sua produção muito complexa, e disse que os problema do pré-sal estão mais no campo político do que técnico. Ele também apontou alguns problemas, como a falta de investimento no aproveitamento da biomassa e da energia solar. Para o professor, é bobagem dizer que não podemos depender de energia renovável.

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