ISSN 2359-5191

15/10/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 96 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Poli recebe pioneiro no desenvolvimento do carro elétrico no Brasil

São Paulo (AUN - USP) - Alunos da Escola Politécnica da USP realizaram a 2ª Semana de Engenharia Automotiva, que aconteceu entre 24 e 28 de setembro. Foram nove palestras com professores da Poli e profissionais renomados do setor automobilístico. Para encerrar o evento, Carlos Motta, da Optness Institute, engenheiro mecânico pela UFPR, falou sobre sua experiência pioneira no desenvolvimento do carro elétrico no Brasil.

Motta afirma ser muito importante investir no empreendedorismo brasileiro, e acha que o ambiente universitário é ideal não só para desenvolver grandes projetos, como para alimentar o potencial de negócios que o carro elétrico é capaz de formar: “Daqui tenho certeza que pode sair se não uma montadora, equipes de projetos, fabricantes de sistemas, equipamentos relacionados ao veículo elétrico”.

Sobre seu projeto, o engenheiro explica tratar-se de um triciclo invertido, com apenas dois lugares, de baixo peso e baixa potência, com velocidade limitada a 90 km/h, ou seja, um carro urbano. Sua aposta para lançar o produto no mercado será a Copa do Mundo de 2014, quando ele pretende instalar um sistema de car-sharing (ou seja, compartilhamento de automóvel) em 12 capitais brasileiras. Assim, o produto terá visibilidade garantida mundialmente.

De acordo com Motta, a solução para a mobilidade nas grandes cidades está no transporte público de massa, o que pode parecer contraditório para um engenheiro que desenvolve carros individuais com apenas dois lugares. Mas ele explica que em países que já utilizam esse sistema, como Estados Unidos e França, cada carro individual pode ter seis usuários diferentes por dia, e acrescenta: “Se nas estações [de trem e metrô] tiver disponibilidade de carros para aluguel por hora, você induz as pessoas a deixarem seus carros em casa, aliviando o trânsito nos horários de pico.”

Segundo pesquisa desenvolvida pela própria Optness Institute, 68% da população apoia a criação de uma montadora nacional. E o engenheiro ainda brinca: “Ninguém tem uma torneira de gasolina ou etanol em casa, mas tem uma tomada. [...] O que o brasileiro economizaria de combustível daria para pagar toda a conta de luz de sua residência.” E as vantagens não terminam por aí: de acordo com estudos, em cinco anos, a produção de carros elétricos seria capaz de gerar mais de dois mil empregos e evitar a emissão de 142.186 toneladas de gás carbônico.

O engenheiro acredita que o futuro do carro elétrico está nas mãos dos atuais estudantes universitários: “Os clientes do nosso produto vão ser os seus filhos, seus irmãos mais novos, e vocês serão nossos colaboradores, sócios, fornecedores. [...] Nós não somos inocentes a ponto de imaginar que vamos conseguir fazer uma coisa que o Gurgel ou vários outros tentaram e não fizeram, mas acreditamos muito no potencial da engenharia brasileira”.

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