ISSN 2359-5191

15/10/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 96 - Saúde - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Desenvolvimento de antiviral contra a raiva irá para a etapa de testes em animais

São Paulo (AUN - USP) - Uma pesquisa da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP que desenvolve um antiviral contra o vírus causador da raiva apresentou resultados positivos em sua primeira etapa, e agora já pode começar a ser aplicada em hospedeiros. Segundo o pesquisador responsável, o professor Paulo Eduardo Brandão, do Laboratório de Zoonoses Virais da FMVZ, na primeira etapa os testes com o antiviral desenvolvido foram realizados em linhagens celulares e agora, serão feitos em camundongos, de forma a investigar a efetividade da terapia em organismos complexos.

A raiva é uma doença cuja letalidade em humanos é 100%, ou seja, uma pessoa contaminada pelo vírus não terá chance de se curar. Segundo Brandão, na História há poucos casos de cura relatados e na época em que foram feitos os diagnósticos não havia precisão que pudesse afirmar que os sobreviventes tivessem raiva. O vírus atinge o sistema nervoso e a única forma conhecida e viável, até então, para seu controle, é a vacinação preventiva, que evita que animais sadios contraíam a doença caso tenham contato com saliva contaminada de animais doentes.

O antiviral desenvolvido por Paulo e sua equipe é baseado na técnica de RNA de interferência, que provoca alterações no RNA mensageiro do vírus, responsável por, já na célula do hospedeiro, transmitir informações que levam a síntese de proteínas necessárias ao vírus para sua perpetuação.

As linhagens do vírus da raiva co-evoluem nos hospedeiros. Portanto, cada hospedeiro pode estar contaminado por um tipo diferente de vírus. São mais de mil espécies de morcegos no mundo, e no Brasil, 50 servem de depósito para este vírus. A partir de agora, a ideia é estudar as variações genéticas sofridas pelos subtipos do vírus e avaliar em quais o antiviral funciona. “Um antiviral deve ter boa amplitude”, diz Brandão, ou seja, neste caso, aumentar a amplitude do medicamento ajudaria a eficácia contra a maior quantidade possível de subtipos provenientes da alta mutabilidade comum aos vírus.

Brandão afirma que a intenção é começar a segunda etapa, de testes in vivo, ainda este ano, assim que o trabalho for publicado. A aplicação de outros antivirais, em teste realizados por Brandão, conseguiu diminuir a letalidade da doença em camundongos.

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