São Paulo (AUN - USP) - Pesquisa realizada pelo professor Luiz Antônio Machado César, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, comprovou um aumento do número de casos de infarto na estação mais fria do ano em São Paulo.
O estudo foi realizado analisando-se 12.800 atestados de óbitos entre os anos de 1997 e 98 e comparando o número de casos de ataques cardíacos à temperatura média do dia, fornecida pelo Instituto de Geofísica da USP.
Segundo o Dr. Luiz Antônio, as principais razões para esse fato são que, no frio, o sangue coagula mais facilmente, formando barreiras que podem obstruir uma artéria, e há uma maior liberação de adrenalina para manter o corpo aquecido e ativo. Esse hormônio tem como efeito à contração dos vasos mais periféricos, aumentando assim o risco de seu entupimento.
A possibilidade de um ataque cardíaco também cresce no inverno porque há uma menor dispersão dos poluentes em São Paulo, conseqüentemente a qualidade do ar fica muito ruim e nele há partículas, como o monóxido de carbono, que provoca a constrição, ou seja, a redução do calibre das artérias coronárias, que irrigam o sangue.
Outras causas
Além dessa revelada na pesquisa, outros estudos sobre o assunto também já comprovaram outros fatores que aumentam consideravelmente os riscos dessa fatalidade ocorrer, como o colesterol e o hábito de fumar.
As chances aumentam com o aumento do colesterol circulando no sangue, pois esse pode aderir à parede de um vaso e limitar a passagem sangüínea. Para reduzir esse problema, o ideal é a prática regular de exercícios aliado a uma alimentação mais equilibrada. Porém, se essa complicação tiver origem genética, a solução será o uso de remédios, as estatinas, para o controle da taxa.
O fumo é outro grande problema nesse caso. Apesar de não ser imediato, ele provoca lesões nas artérias, podendo levar ao seu rompimento e possivelmente ao seu fechamento. Estudos antigos já haviam mostrado que quem fuma possui 75% de chances a mais de sofrer de infarto do que aqueles que não possuem esse hábito. O mesmo risco existe para aquele considerado fumante passivo, que fica muito tempo em ambientes com pessoas fumando.