ISSN 2359-5191

31/08/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 10 - Saúde - Faculdade de Medicina
Proteína pode ajudar transplantados da medula

São Paulo (AUN - USP) - A CXCL12, uma proteína produzida pelo corpo humano e conhecida da medicina já a alguns anos, vem sendo estudada por pesquisadores do Instituto de Pesquisas de Energia Nuclear e do Instituto de Medicina Tropical por suas qualidades na reconstituição da medula óssea e do baço, órgãos responsáveis pela reposição do sangue.

Pessoas expostas à radiação por acidente ou como parte de um tratamento tem uma recuperação lenta e difícil desses órgãos. Isso é um problema pois são órgãos vitais, responsáveis pela produção de sangue a partir de células indiferenciadas que podem “amadurecer” em qualquer um dos tipos de célula que compõe o sangue humano: hemácias, glóbulos brancos, plaquetas, etc. São um tipo de célula-tronco, porém diferente daquela encontrada nos fetos e no cordão umbilical por só terem o potencial de se diferenciarem em células do sangue e por estar presentes em toda nossa vida adulta . A célula em questão também existe normalmente no sangue em uma concentração muito baixa, entre 0,3 e 0,5 do total, mas apenas como reserva do corpo, não como fonte de novas células sangüíneas. Essa reserva tem a função de, caso haja um acontecimento que destrua as células da medula e do baço, fixar-se nesses órgãos para recompor a função de fazer sangue. O problema é que há muitos contratempos nessa reação natural do organismo. É aí que entra as possibilidades de tratamento com a nova proteína, ajudando na reconstrução desses órgãos vitais.

A missão da proteína é justamente capturar as células indiferenciadas do sangue e fixá-las nas regiões carentes de novas células. O que os pesquisadores estão estudando é a possibilidade de aumentar a concentração da proteína de forma a acelerar a recuperação. Para aumentar as chances de recuperação dos órgãos, também seria vital controlar outras reações do organismo à radiação. Quando a medula óssea é exposta à um nível de radiação que mata suas células, o sistema imunológico responde à agressão de uma forma que piora a recuperação do paciente através da inflamação da região. Isso causa o aumento do nível de NO que atrapalha a fixação das células tronco nos órgãos. Por causa disso, também faria parte de um possível tratamento o controle do nível de NO através de drogas já conhecidas.

O procedimento de transplante de medula óssea poderia se tornar muito mais seguro se a nova pesquisa se mostrar aplicável como tratamento. Isso por que antes do paciente receber pelo sangue as células doadas, é preciso destruir as cancerígenas que ocupam sua medula. A CXCL12 possibilita que as novas células se fixem melhor e reduzam a mortalidade do procedimento, hoje em cerca de 40%.

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