ISSN 2359-5191

16/10/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 97 - Economia e Política - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Mais brasileiras trabalham, mas mexicanas têm hiato salarial de gênero menor

São Paulo (AUN - USP) - No dia 4 de outubro, ocorreu na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/USP), o seminário Discriminação de sexo no mercado de trabalho qualificado: o caso dos trabalhadores com ensino superior no Brasil e no México, com Fábio Tatei, pesquisador associado ao Núcleo de Estudo e Pesquisa de Política Internacional, Estudos Internacionais e Políticas Comparadas (Nespi).

O evento faz parte do ciclo Diagnósticos e Prognósticos de Políticas para o Mercado de Trabalho, realizado pelo Programa de Integração da América Latina (Prolam), da FEA, e pelo Nespi.

Segundo a pesquisa de Tatei, as brasileiras qualificadas sofrem com os maiores diferenciais negativos de renda em relação aos homens do que sofrem as mexicanas qualificadas. Pelo método de decomposição Oaxaca-Blinder, Tatei pode calcular a porcentagem de hiato (diferença) salarial entre homens e mulheres com ensino superior devido à discriminação de gênero.

Isso significa que, retirados os fatores produtivos que determinam um salário (variáveis como idade, experiência, região), ainda resta uma diferença entre o salário de um homem e uma mulher, ambos qualificados. Na população geral, com qualquer grau de escolaridade, a porcentagem deste hiato devido à discriminação de gênero é de 163%, no Brasil, e 256%, no México.

Em postos de trabalho qualificados, essa diferença tende a diminuir. No Brasil, é de 76%, e no México, 36%. Tatei explica que a grande queda no México se deve ao pequeno número de mexicanas no mercado de trabalho.

Ele explica que as brasileiras tendem a participar mais do mercado de trabalho que as mexicanas. Por uma questão cultural da sociedade patriarcal mexicana, e também pelas menores oportunidades econômicas, uma porcentagem relevante de mulheres mexicanas qualificadas não entram no mercado de trabalho.

Dessa forma, as taxas de desocupação entre brasileiras com ensino superior é maior do que entre mexicanas, pois poucas mulheres entram no mercado de trabalho do México, e pessoas que sequer entram no mercado não são contabilizadas como desocupadas.

Políticas públicas No artigo que deu base ao seminário, Gênero, mercado de trabalho e salários entre a mão de obra qualificada no Brasil e no México, de Maria Cristina Cacciamali e Fábio Tatei, a ser publicado na revista Problemas del Desarrollo do México, os autores tratam de políticas públicas para reverter os problemas apresentados.

Eles afirmam que para que homens e mulheres brasileiros com o mesmo cargo e grau de instrução recebam o mesmo salário é necessário que haja o suporte de leis que penalizem a discriminação de sexo, já que a impunidade é um incentivo ao preconceito.

O artigo conclui ressaltando a “importância da manutenção de políticas públicas para minimizar a discriminação negativa das mulheres no segmento qualificado do mercado de trabalho permitindo-lhes maior participação na condução política e econômica de suas sociedades”.

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