São Paulo (AUN - USP) - Cidades Sustentáveis foi o tema da mesa de debates do dia 9 de outubro do evento RI em Debate: Sustentabilidade, organizado pela Empresa Júnior de Relações Internacionais (RI USP Jr), gerida pelos estudantes de graduação em relações internacionais da instituição. Os palestrantes Adalberto Maluf, diretor de São Paulo do grupo internacional C40, Maurício Broinizi Pereira, coordenador da Secretaria Executiva do Movimento Nossa São Paulo, e Maria Martha Nader, arquiteta e urbanista da Ecohabitar Arquitetura e Construção, discutiram novas possibilidades para a estrutura urbana das cidades.
Para Adalberto Maluf, as cidades são ambientes onde atitudes relacionadas à sustentabilidade podem ser tomadas com maior facilidade pelos poderes executivos, além de serem os locais onde as mudanças climáticas mais se centram. Segundo o diretor do C40, redes como esta são importantes, por exemplo, para que boas práticas sejam compartilhadas, criando-se projetos modelos a serem tomados como exemplo, e, ainda mais importante, para que o assunto seja levado também para a agenda política, com o auxílio da imprensa e da sociedade civil organizada.
“A chave das cidades sustentáveis está na mobilidade”, diz Maluf. Desta forma, ele continua, o uso eficiente do espaço público, bem como a questão de integração nas cidades, devem centrar as iniciativas para as “cidades do futuro”, como investimento em melhorias no transporte público, ciclovias, cidades compactas, moradias mescladas com serviços e bairros em que se centrem tanto moradias quanto atividades econômicas. “A cidade do futuro e o papel que a sustentabilidade terá nela depende do que queremos na nossa cidade”, completa.
De acordo com Mauricio Pereira, “é possível transformarmos quase tudo com o que estamos acostumados nas grandes cidades” e redesenhá-las em diversos aspectos, como a própria logística. Todavia, é essencial, ele diz, que a sustentabilidade seja vista dentro de um contexto e seja considerada a partir de planejamentos e de outros exemplos. “Os desafios que estão postos da sustentabilidade passam pela política”, ele também afirma, ressaltando os papéis coletivo e individual do tema.
Maria Martha Prado reafirma a importância da posição individual e local para construção de uma cidade sustentável. Segundo a arquiteta e urbanista, decisões simples quanto a novas edificações podem ser cruciais para que se alcance a sustentabilidade sem que haja, inclusive um grande custo. “O design inteligente custa o mesmo do que o mau design e pode trazer vantagens no sentido sustentável”, diz. Ela exemplifica com o caso de edifícios de vidro que demandam investimentos também em aparelhos de ar condicionado, quando com o “design inteligente” pode-se obter ventilação natural pelo mesmo preço inicial, porém com um custo-benefício em longo prazo muito maior.