São Paulo (AUN - USP) - O marketing em um esporte não muito tradicional no Brasil, como o basquete, foi tema de uma palestra que ocorreu no dia 17 de outubro, na Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP. A palestra foi parte do X Encontro de Marketing Esportivo FEA – USP, organizado pela Associação Atlética Acadêmica Visconde de Cairu, e foi ministrada por Sérgio Domenici.

Formado em administração de empresas com ênfase em gestão do esporte, ele falou sobre a importância das ações de marketing para o crescimento do basquete no país. Atualmente, ele é gerente executivo do Novo Basquete Brasil (NBB), uma competição Nacional masculina adulto de basquete. Domenici explicou que a origem do NBB foi a Liga Nacional de Basquete (LNB), formada em 2008 quando 19 clubes se reuniram. Com uma parceria com a Rede Globo, a LNB criou o Novo Basquete Brasil, que em novembro inicia sua quinta temporada. A competição foi uma das grandes responsáveis pelo fortalecimento do basquete no Brasil.

Esse campeonato tem gestão independente, separada da Confederação. É um modelo de autogestão, em que os próprios clubes a exercem. Domenici atribui boa parte do sucesso do NBB a isso e a diversas estratégias de marketing. Entre elas está criação de um produto novo, o próprio campeonato, e a mudança na imagem do basquete masculino profissional, com quadras mais limpas, ginásios reformados, credibilidade na condução da competição e instituição do antidoping. Além disso, houve a transformação do campeonato em espetáculo, com grandes eventos de lançamento e de encerramento e também através da promoção de “jogos das estrelas”.

Ele também falou sobre a importância de se ter um departamento de comunicação atuante, com o uso de redes sociais, e dos clubes terem assessorias de imprensa treinadas. A parceria com a Globo também foi fundamental na área da comunicação devido a divulgação do NBB em três veículos de grande influencia no esporte: TV Globo, SporTV e globo.com. Também aconteceu o lançamento de linha de produtos licenciados em conjunto com a Globo Marcas. Ele explicou também que a nova forma de apresentação e venda no mercado publicitário, com o valor do produto acima da média de outros esportes – com exceção do futebol – também foi uma estratégia que deu certo.

Essas ações de marketing tiveram grande responsabilidade no fortalecimento do NBB e, consequentemente, do basquete no Brasil. Prova disso são os mais de 30 jogadores repatriados. “Como o produto ficou interessante, eles voltaram”, conta Domenici.

O palestrante também falou de importância de se investir na formação de jovens atletas, como é o caso da Liga de Desenvolvimento de Basquete, competição em que participam jogadores de 19 a 22 anos. “Antes, o jovem de 19 anos não tinha campeonato para jogar. Ficava sempre na reserva dos times adultos, porque ainda não estava preparado, ou abandonava a modalidade”, explica Domenici.

Segundo Domenici, o crescimento do basquete se deve a um conjunto de fatores e estratégias, entre eles a criação de novos campeonatos e as diversas ações de marketing.