São Paulo (AUN - USP) - O professor e pesquisador Fábio Gregori, do Laboratório de Biologia Molecular Aplicada e Sorologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, desenvolve estudos sobre a ocorrência e a caracterização molecular dos rotavírus circulantes em suínos provenientes de criadouros de São Paulo. Resultados ainda não publicados apontam que, das amostras colhidas de 15 granjas de diferentes municípios no Estado, um pouco mais de 30% apresentou presença do vírus.
As rotaviroses causam diarreias em diferentes espécies, acometendo sobretudo animais jovens. Em suínos resultam em perda de peso e performance produtiva ou até mesmo na morte de animais, levando a prejuízos financeiros aos criadores. Além disso, os rotavírus são zoonóticos, ou seja, podem ser transmitidos entre o homem e animais, sendo os suínos e bovinos reservatórios para a diversidade viral encontrada em humanos.
No mundo, as rotaviroses provocam 5% das mortes em crianças menores de cinco anos. A mortalidade é maior que 600 mil crianças por ano, o que equivale a quase 70 crianças por hora. Os sintomas são geralmente evacuações com fezes aquosas, acompanhadas de vômito, febre e dores abdominais.
Pesquisa
Diferentes métodos sorológicos e moleculares são utilizados para o diagnóstico destes vírus pela equipe de Gregori. Um deles é a reação em cadeia pela polimerase (PCR), que permite a amplificação do material genético, usada também em estudos de caracterização molecular. Além da pesquisa de ocorrência de rotavírus em suínos, o laboratório tem desenvolvido o diagnóstico da doença em bovinos por PCR em tempo real, aliando vantagens de elevada sensibilidade e rapidez na disponibilização dos resultados.
O rotavírus é altamente infeccioso, de modo que poucas partículas são suficientes para causar a doença. As formas de se combater a sua disseminação abrangem o isolamento e o tratamento dos animais doentes e a desinfecção das instalações nas quais os animais são acomodados, além de ser necessário assegurar o correto aleitamento de neonatos e, por último, vacinação.
A equipe do professor colabora também com pesquisas que avaliam a ocorrência da doença em outras espécies animais, entre elas bovinos, equinos e cães. Em outro estudo também envolvendo suínos, foi possível observar a circulação do rotavírus tanto nestes animais como em ratos que conviviam no mesmo ambiente. Esse tipo de avaliação tem importante implicação epidemiológica e ajuda a delinear medidas preventivas mais efetivas.