São Paulo (AUN - USP) - No dia 18 de outubro ocorreu na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP a palestra Os bites e bytes do recrutamento em tecnologia, com Carolina Verdelho, responsável pela captação de talentos na América Latina para o Facebook.
No evento, organizado pelo Profuturo Digital Fórum, Carolina afirmou que a sensação que muitos profissionais de que o mercado de tecnologia é “pequeno” e restrito é explicada pelo grande turn over dos profissionais, que, em geral, circulam por um mesmo grupo de empresas do setor. No entanto, ela afirma que é importante ter diversidade dentro de uma empresa, pois se forem contratados apenas ex-funcionários de uma empresa concorrente, ela será praticamente reproduzida.
Ela ainda falou sobre o aparente apagão de talentos na área, que se explica por uma oferta maior que a demanda, ou seja, se trata de uma carência de qualidade e quantidade. Para o Facebook, empresa que representa, um problema nos empresários brasileiros é o fato de não falarem inglês.
Carolina apontou que a solução para o apagão de talentos é a educação, além de uma definição honesta e precisa das empresas de quais habilidades seus futuros funcionários precisam apresentar. Ela conta que, nesse sentido, há hoje uma divisão entre hard skills, conhecimentos técnicos profundos e essenciais, e soft skills, conhecimentos que podem ser melhor desenvolvidos já dentro da empresa.
Caça por talentos
Carolina, que trabalha há dez anos com recrutamento em tecnologia, disse ser uma caçadora de talentos. Ela explica que o recrutamento e a seleção sofreram mudanças nos últimos anos e hoje a velocidade é fundamental. O processo se divide nas seguintes etapas: briefing da posição (a empresa deve especificar o cargo e o que espera dos candidatos), divulgação da vaga, triagem dos currículos, entrevista, proposta a um candidato e contratar o profissional.
Ela afirma que a “grande etapa” é a triagem dos currículos, quando muitos são descartados. O número médio de candidatos que chegam à fase da entrevista é oito, considerado alto por Carolina. No entanto, ela afirma que isso é necessário pois os candidatos participam de outros processos de seleção. A proposta também é uma etapa essencial, já que a disputa pelos melhores profissionais é crescente. Outros fatores que influenciam no processo são valores da empresa e do candidato. As estratégias da empresa envolvem employment branding – que se trata da imagem que a empresa passa como sendo agradável ou não de se trabalhar –, busca e atração dos candidatos.
Entre os valores pessoais dos candidatos que se envolvem na seleção estão o momento da carreira e vida, motivação, diferencial da empresa e autoanálise. Ela ainda conta que muitos empresários mudam de emprego para morar mais perto de casa ou viajar menos a trabalho, procurando mais qualidade de vida, uma atitude ainda mais predominante nas novas gerações.