ISSN 2359-5191

29/11/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 119 - Educação - Faculdade de Saúde Pública
Estudo europeu ajuda a desvendar mistérios sobre práticas alimentares de jovens

São Paulo (AUN - USP) - O médico Luis A. Moreno, professor da Universidade de Zaragoza, Espanha, foi o convidado principal do evento sobre atitudes alimentares entre jovens, organizado no Anfiteatro Paula Fernandes, na Faculdade de Saúde Pública (FSP).

Durante sua palestra, Moreno falou sobre o projeto de quase €7 milhões que coordenou ao longo de anos, o Helena (Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in Adolescence).

Financiado pela União Européia, o Helena é um estudo que visa desenvolver métodos inovadores de estilo de vida, focando em nutrição e atividade física para jovens, contribuindo assim para criar adultos mais saudáveis. A maior parte das doenças tem sua origem durante a infância e adolescência, conforme aponta o site do projeto, mas a relação entre o desenvolvimento de doenças não-transmissíveis e o crescimento durante o período ainda é mal compreendida.

Como ponto de partida, foram analisadas 3.500 crianças e adolescentes, de várias cidades do continente europeu. Os grupos de estudo, todos controlados por universidades locais, forneceram dados de antropometria e bioimpedância, além de responder a questionários a respeito da alimentação diária e de fazer testes de força e de esforço físico.

Foi com base nesses dados que os pesquisadores chegaram a diversas conclusões. Primeiramente, que os países mediterrâneos eram os com o maior índice de jovens apresentando sobrepeso ou obesidade. Em segundo, os grupos dos países do norte e do centro da Europa apresentavam taxas muito menores de sedentarismo. E em terceiro lugar concluiu-se, surpreendentemente, que a alimentação dos jovens do Mediterrâneo era muito menos composta por produtos da dieta mediterrânea (muitos legumes, frutas, verduras, azeite de oliva, pouca carne vermelha) do que aquela dos do norte.

Os pesquisadores do Helena conseguiram ainda identificar um gene (FTO RS9939609) que contribuía para o desenvolvimento de obesidade, e cuja ação podia ser neutralizada por meio da atividade física.

Por fim, o estudo apontou dados alarmantes. De acordo com ele, o principal favorecedor do sedentarismo é a prática de assistir de televisão. Além de fazer com que o jovem gaste muito tempo sem qualquer tipo de atividade, ao assistir televisão ele também tem uma tendência muito maior a se alimentar pior e a consumir bebidas açucaradas, que só aumentam sua ingestão de calorias sem fornecer benefícios nutricionais. “Antes, quando tínhamos tempo livre, íamos à rua brincar. Hoje, quando os jovens têm tempo livre, assistem a TV ou jogam videogame”, observou o pesquisador espanhol.

Graças ao estudo, os pesquisadores vêm aumentando a conscientização de jovens pelo continente, auxiliando na criação de uma dieta não apenas saudável, mas também atrativa à crianças e adolescentes. Em seu site, http://www.helenastudy.com/, o Helena disponibiliza publicamente dezenas de documentos e papers que foram utilizados na pesquisa.

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