São Paulo (AUN - USP) - A utilização da arte como terapia para o Mal de Alzheimer pode auxiliar os pacientes a se expressar, além de contribuir para a redução da depressão e isolamento dos idosos atingidos pela doença. “A arteterapia pode oferecer momentos de descontração e relaxamento, valorização e apoio, sem focar as dificuldades próprias da idade”, relata a arteterapeuta Eliana Cecilia Ciasca, do Centro de Estimulação para Idosos do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). A terapeuta participou, na última segunda-feira, 3 de dezembro, do Simpósio Internacional Linguagem e Comunicação na doença de Alzheimer, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Comportamento (NEC) do IPq.
Eliana Cecília retoma o importante papel da arte no desenvolvimento do ser humano. “Desde o início da civilização o homem sempre se expressou através de imagens”, lembra. Desde a pré-história, a arte tomou diferentes atribuições para a vida do homem, chegando até os sentidos constatados hoje, entre eles especialmente as impressões do que se está sentindo.
“A arte pode nos transmitir muito”, comenta a arteterapeuta. Segundo ela, a arte pode transmitir uma série de informações, tanto pelo “produto final” quanto pela forma pela qual o paciente a realiza. “Se o paciente é observado, é possível perceber a evolução da doença”, explica. A arteterapia envolve recursos expressivos como mediadores terapêuticos. “A arte é usada como terapia porque possibilita concretizar pensamentos, sentimentos e imaginação por meio da criatividade”, ela relata. “A proposta das oficinas é trabalhas as habilidades remanescentes”, completa. As oficinas para os pacientes com Alzheimer têm por objetivo estimular sentidos e sensações, além de também descobrir e explorar novas capacidades. “Muitos pacientes redescobrem outras possibilidades além do que faziam em suas atividades profissionais.”
A partir de atividades lúdicas e oficinas como pintura, colagem, desenhos e atividades que envolvam o desenvolvimento da função motora, percepção visual e exploração dos sentidos, a arteterapia promove a aceitação de si e do outro, auxiliando na melhora da auto-estima e qualidade de vida do paciente, ao propiciar um momento de interação e relaxamento.