ISSN 2359-5191

06/10/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 13 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Resíduos de construção são alternativa para reduzir gastos em pavimentação de áreas públicas

São Paulo (AUN - USP) - Pesquisa desenvolvida no departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) aponta que resíduos de construção, após serem reciclados, podem ser utilizados para a pavimentação de ruas com baixo tráfego, o que diminui os custos em obras de asfaltamento de vias, além de reduzir a quantidade de entulho que chega aos aterros sanitários.

A capital paulista gera em torno de 17 mil toneladas de resíduos de construção por dia. Apesar da possibilidade de reaproveitar aproximadamente 80% desse material, a usina recicladora da prefeitura reutiliza apenas 400 toneladas diariamente, cerca de 2,5% dos resíduos de construção. Esta quantidade poderia ser até seis vezes maior, uma vez que esta usina tem capacidade de produzir 100 toneladas de agregado (material reciclado) por hora.

O material reciclado é constituído basicamente de concreto, argamassa e brita, e serve para a formação da base e da sub-base, camadas que ficam entre o solo e o pavimento, e têm papel importante na proteção do subleito (solo) contra eventuais danos que possam se propagar para a camada superior.

O Brasil teve São Paulo como cidade pioneira na utilização desse processo para a construção de sub-base, sendo que a primeira experiência neste sentido é de 1984, com a pavimentação da Rua Gervásio da Costa, no distrito Butantã.

“Fazendo uma comparação com os materiais comumente empregados em camadas de base, a economia chega a ser em torno de 20%”, afirma Rosângela dos Santos Motta, aluna de mestrado do departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da USP.

Apesar do benefício econômico, a durabilidade do material reciclado é menor, pois ele tem menos resistência a choques e desgasta com maior facilidade, o que faz com que seja usado preferencialmente em vias com pequeno volume de tráfego. “O material reciclado tem uma boa qualidade, mas o que geralmente se questiona é o fato de que se trata de um resíduo. As experiências têm mostrado que ele é viável e, diferentemente de anos anteriores, os processos de reciclagem e de aplicação desse material são controlados por normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)”, comenta Rosângela.

Além do benefício financeiro, a reutilização de resíduos tem papel importante na diminuição do volume de material que chega aos aterros sanitários ou são despejados ilegalmente em margens de rios, vias e terrenos baldios, pois os detritos da construção correspondem a cerca de 50% de todo material que é coletado.

Mais informações: rosangela.motta@poli.usp.br

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