ISSN 2359-5191

11/12/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 128 - Saúde - Faculdade de Odontologia
FOUSP realiza acompanhamento para crianças e recém-nascidos

São Paulo (AUN - USP) - A Faculdade de Odontologia da USP (FOUSP) vem realizando, com sucesso, a integração do ambiente acadêmico com a sociedade, o que deveria ser prioridade em toda a Universidade. Uma das disciplinas da graduação, a Odontopediatria, oferece tratamento odontológico para crianças e recém- nascidos, além de todo o auxílio para as mães, em questões que tangem a saúde dentária dos filhos. Os atendimentos são realizados por alunos da gradução, com acompanhamento dos docentes da unidade.

O projeto tem coordenadoria da professora associada Maria Salete Nahás, que leciona a disciplina. Para ela, o acompanhamento dentário nos primeiros meses de vida é fundamental para a formação saudável de todo o sistema dentário da criança. “É universal que a partir do sexto mês de vida a criança deve fazer a primeira visita ao consultório do dentista para a mãe receber as orientações quanto à escovação”, explica a professora.

As primeiras precauções, no entanto, já podem ser tomados ainda no período de gestão, com a saúde bucal da própria mãe. “É ideal que a partir do sétimo mês de gestação a mãe esteja com os dentes tratados e receba as orientações do cirurgião dentista quanto ao uso de bochechos de clorexidina para melhorar as condições de higiene”, diz Salete. A saúde bucal do filho depende, fundamentalmente, da condição dentária da mãe. Além disso, toda a orientação para saúde bucal - questões como início da formação dos dentes, função do aleitamento e importância da boa higiene - é importante.

O cuidado odontológico nos primeiros anos de vida identifica possíveis anomalias dentárias como pérolas de Epstein, nódulos de Bohn e freio lingual curto, que, se detectados ainda nos primeiros meses, são de tratamento mais eficaz. Outra questão importante é a maneira como as mães amamentam os filhos. “A nossa maior preocupação é ensinar as mães a realizarem o aleitamento materno exclusivo durante os seis primeiros meses de vida, evitando o uso do aleitamento artificial por meio da mamadeira”, alerta a professora. Segundo ela, o uso de ambos os tipos de aleitamento, principalmente quando a frequência noturna é grande, está associada ao aparecimento da cárie precoce na infância. “Esta associação deve-se ao fato de que ocorre uma diminuição no fluxo salivar durante a noite produzindo a desmineralização do dente pela fermentação do leite estagnado nas superfícies dentárias”, explica.

No Brasil, existe uma grande disparidade entre o setor público e privado no tratamento odontológico de crianças e recém-nascidos. “Os odontopediatras no consultório particular têm se esforçado para realizar esse acompanhamento de forma satisfatório, levando os pacientes até a vida adulta sem lesões de cárie. Isto não ocorre em saúde pública”, aponta Salete. Segundo dados da SB Brasil (pesquisa nacional de saúde bucal), cerca de 80% de crianças até cinco anos tratadas pelo setor público apresentam cárie não tratada.

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