ISSN 2359-5191

14/10/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 14 - Saúde - Faculdade de Medicina
Pesquisa busca rastrear alterações genéticas ligadas ao câncer de fígado
Estudo constata que alterações genéticas presentes no Carcinoma Hepatocelular já estão presentes em lesões benignas causadas por doenças crônicas de fígado, como a cirrose.

São Paulo (AUN - USP) - Partindo da relação conhecida entre doenças crônicas do fígado e o Carcinoma Hepatocelular (CHC), um dos tipos mais comuns de câncer de fígado, um grupo multidisciplinar centrado na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) desenvolve, desde 2000, um estudo que busca verificar alterações genéticas e moleculares em amostras de fígado de pacientes portadores de cirrose hepática, hepatite crônica e CHC, infectados ou não pelo vírus da hepatite C.

Os mecanismos de desenvolvimento do CHC no homem são pouco compreendidos, mas é sabido que se trata de um processo lento e em múltiplas etapas, nas quais ocorrem alterações no DNA dos hepatócitos, causando uma lesão pré-cancerígena, com o potencial de desenvolver um tumor. Trata-se ainda de um dos tumores malignos mais freqüentes no mundo, com uma incidência de um milhão de novos casos por ano, de acordo com estudos epidemiológicos. A doença se desenvolve principalmente em pacientes com infecções crônicas causadas pelos vírus das Hepatites B e C, pelo consumo crônico de álcool ou pela exposição a micotoxinas, como a Aflatoxina B1.

No início de 2002 foi estimada uma prevalência mundial de 170 milhões de indivíduos portadores de infecção pelo vírus da Hepatite C. Cerca de 70% destes indivíduos podem desenvolver a hepatite crônica e esta evoluir para a cirrose hepática. Entre os pacientes com cirrose hepática existe a tendência de que 5% a 10% desenvolvam o CHC.

A contribuição maior deste estudo foi a constatação de que, nos chamados nódulos regenerativos da cirrose hepática, até então considerados lesões benignas, já se encontram alterações genéticas presentes no CHC. Estas alterações constituem fatores que predispõem o desenvolvimento de um tumor maligno.

O grupo, encabeçado pelas Dras. Shigueko Sonohara Troyano Pueyo e Terezinha Morato Bastos de Almeida, tem a colaboração de pesquisadores de outros setores da FMUSP, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), do Instituto Butantan e do Labarotório Diagnóstika. Os primeiros resultados dessa pesquisa foram obtidos com o apoio do Centro de Estudos Professor Agostinho Betarello e da empresa Sense Indústria e Comércio Ltda, sendo publicados em revista internacional. O projeto conta, desde julho de 2004, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP.

Mais informações: www.fm.usp.br

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