ISSN 2359-5191

10/04/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 3 - Economia e Política - Instituto de Matemática e Estatística
Palestra sobre dívida técnica é ministrada no IME

No último dia 20 de março, o Auditório Jacy Monteiro do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP) recebeu Alexandre Freire da Silva, graduado e mestre pela própria instituição na área ciências da computação e LATAM lead (isto é, chefe da sede empresarial latino-americana) da Industrial Logic, que ministrou uma palestra sobre dívida técnica. Durante o evento, Silva falou sobre a origem deste conceito e sobre como identificar a dívida em um projeto e a lidar com ela.

O termo "dívida técnica" foi definido por Ward Cunningham e descreve a dívida que a equipe de desenvolvimento assume quando escolhe um design ou abordagem fácil de programar no curto prazo, mas com grande impacto negativo no longo prazo. “Além disso, os softwares são passivos de uma indústria, pois ficam ultrapassados com o tempo, dão defeito, precisam ser atualizados, o que vai diminuindo o seu valor”, disse Alexandre. Assim sendo, a metáfora da dívida foi criada para que administradores e programadores de softwares, que em suas respectivas rotinas usam linguagens diferentes, pudessem tratar do mesmo assunto numa mesma linguagem.

Como lidar com a dívida técnica

“A dívida técnica é algo inevitável na programação de softwares”, disse o palestrante. Nesse sentido, o máximo que pode ser feito é fazer o que se chama de “uma dívida consciente”, isto é, saber o que causa esse problema e calcular bem os prejuízos, para pagá-los sem maiores danos à credibilidade da empresa. E a melhor forma de se fazer isso é chegar à “causa-raíz” da dívida técnica. Esta é reunião das demais causas que resultaram no problema do software e que nos aponta a causa inicial deste problema. “Na maioria dos casos, a pressão para entregar o software para o cliente no prazo pedido por ele e a falta de processos de qualidade e de investimentos nessa área da programação, o que está intimamente ligado à pressão que o cliente faz”, destacou Alexandre durante a palestra.

Os sintomas

No caso da programação de softwares, “sintomas” é uma metáfora que define processos e ocorrências que não deveriam acontecer, mas que, devido à dívida, acabam sendo realizados. São casos de sintomas: bugs, código muito extenso e improdutivo, falta de compreensão do código, falta de teste de cobertura, testes muito extensos e demorados e comentários desnecessários ao longo do código (Fix Me e To Do, por exemplo). “Além disso, a mudança repentina de atitude do cliente em relação à sua empresa, o excesso de atraso na entrega dos softwares e a falta de comunicação e interatividade dos diferentes setores da empresa (marketing, administração e equipe de programadores) são indicadores de dívida técnica”, disse o palestrante.

Prevenção dos prejuízos

“Existem diversas formas de contornar a dívida técnica, e algumas delas são extremamente simples”, atentou o palestrante. Algumas dessas formas já usadas no mercado são: o uso de gráficos “comentários x tempo”, desenhar a interface do programa num papel, de modo a identificar defeitos e complexidades desnecessárias, e usar programas para achar defeitos no código (findbugs e sonar, por exemplo). “Mas esses métodos só funcionam se o programador souber que tipo de programa está fazendo, a função dele e o se respectivo público-alvo, o que é essencial”, concluiu Alexandre. 

Para ver a palestra na íntegra, veja o vídeo no link: http://www.infoq.com/br/presentations/divida-tecnica-precisando-credito

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