São Paulo (AUN - USP) - A localização exata de vazamentos em adutoras e determinação da quantidade de líquido perdido durante o percurso, dois dos grandes problemas das empresas de coleta e distribuição de água, devem ser amenizadas através de técnicas pesquisadas pelo departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (PHD-USP).
O método utilizado consiste primeiramente em fazer uma vazão de controle, pequena abertura por onde passará um volume de líquido praticamente insignificante, quando comparado ao total que sai pela adutora. A partir da análise dessa amostra, características como a quantidade de água e a pressão com que ela sai do encanamento são analisadas e servem para a formação de um espectro, gráfico contendo informações sobre o procedimento do líquido numa tubulação sem vazamento. O resultado da amostra servirá de parâmetro para análises posteriores. Quaisquer alterações nestas características originais fornecem dados suficientes para a determinação precisa do lugar e a quantidade perdida.
Esse procedimento pode ser usado também para tubulações antigas, porém a eficiência será menor, uma vez que tomará como parâmetro de análise uma amostra que pode conter vazamentos, não sendo capaz de detectá-los.
A técnica foi desenvolvida por Hanif Chaudhry, professor titular da Universidade de South Carolina Columbia, nos Estados Unidos, e apresentada ao público no ano de 2001. Segundo o professor Podalyro Amaral de Souza da PHD-USP, o procedimento é simples, pois mistura técnicas já existentes, mas que, quando aplicadas em conjunto, podem ser usadas para outras finalidades.
Pela rapidez em detectar vazamentos e pela economia de água proporcionada, o custo do material usado é baixo. “O equipamento tem preço equivalente ao de um bom microcomputador”, comenta Podalyro.
Para desenvolver o programa, são utilizados um transdutor de pressão, elemento capaz de transformar uma variação de pressão em diferença de voltagem e uma válvula do tipo solenóide, que tem a função de regular o volume que sai pela vazão de controle. Estes dois dispositivos são comandados por uma placa controladora e de aquisição de dados que fica num computador, monitorando a abertura da válvula e trazendo ao micro as informações sobre pressão.
Além de ser eficiente em adutoras, o programa pode ser usado em gasodutos e oleodutos, uma vez que eles trabalham principalmente com linhas simples de transmissão, nas quais a análise de vazamentos tem maior eficiência. “Tenho certeza de que se a Petrobrás vier a ter essa tecnologia, será algo muito útil, ainda mais porque ela trabalha com linhas únicas, unifilares, que são muito apropriadas para a análise”, comenta Podalyro.
Mais informações: E-mails: podalyro@usp.br / michele.santos@poli.usp.br