ISSN 2359-5191

23/04/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 8 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Medicina
Professores da USP cobram maior ação na luta contra a HIV/Aids
Debate

No dia 11 de abril, a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) organizou uma discussão entre três professores da USP, Aluísio Segurado, Alexandre Grangeiro e Mário Scheffer, sobre as principais medidas a serem tomadas contra a HIV/AIDS nela eles cobraram mais ação do governo e de ativistas na luta contra a doença. O evento fez parte do VII Curso de Patogênese do HIV.

Segundo eles, uns dos principais problemas foi que a infecção se tornou banalizada nos dias de hoje, devido tanto pela possibilidade de tratamento como pela desmobilização social e política desde que os soropositivos se tornaram mais aceitos na sociedade. Porém eles realçam a epidemia não está sob controle e inclusive pode estar pior do que há 17 anos.

Atualmente os casos de portadores do vírus HIV tem aumentado principalmente entre jovens, homens que mantem relações sexuais com outros homens e em adultos mais velhos, com focos nas regiões Norte e Sul do país. Segundo o Boletim Epidemiológico, foram registrados cerca de 38 mil novos casos em 2011 no Brasil, ou seja, quatro novos casos por hora. Os óbitos diminuiram 12% na última década, porém chegam 12 mil ao ano.

A dimunição do uso do preservativo nas relações sexuais é a principal fator no aumento da trasmissão do vírus. Os jovens por não terem vivenciado a epidemia dos anos 80/90 se descuidam por não conhecer as mortes que estiveram em evidência na mídia na época. Já os mais velhos tem dificuldade de começar a usar camisinha se não começaram durante sua juventude.  

Outra questão é a falta de uma maior difusão de outras maneiras de prevenção além do preservativo, como o teste de HIV. Segundo o Ministério de Saúde, cerca de 25,4% dos portadores do vírus no Brasil não sabem que tem a doença.


Perda do vanguardismo contra AIDS no Brasil

No ano de 1996, o Brasil tomou uma medida pioneira no combate contra Aids distribuindo gratuitamente medicamentos anti-retrovirais através do SUS. Esse programa foi polêmico na época, porém se tornou exemplo para outros países. Mas, desde então não foram tomadas novas medidas e como destacou Alexandre Grangeiro: "A resposta do jeito que ela foi estruturada nesses últimos 30 anos,conseguiu trazer benefícios positivos, mas a partir do momento que ela não se renova ela acaba então se esgotando."

Uma das soluções a serem tomadas, segundo Mario Scheffer, é a criação de uma prevenção combinada juntando um facilitamento da prevenção com uma ampliação do tratamento, além de pesquisas novas formas de erradicar a Aids. Outra questão é a superação de as crises das ONGs e do SUS, além do moralismo político que retarda novas medidas governamentais.

Aluisio Segurado também realça a necessidade de conhecer melhor como a doença se distribui no país. Para tomar medidas mais eficazes é necessário saber as áreas de concentração do vírus HIV e de distribuição no país, assim como qual grupo é mais resistente em aderir o tratamento.

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