ISSN 2359-5191

29/04/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 12 - Saúde - Faculdade de Saúde Pública
Professores debatem a graduação em saúde pública

Aconteceu, na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP), no dia 2 de abril um seminário sobre o ensino de saúde pública na graduação. O evento contou com a presença das professoras Regina Marsiglia, da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Ângela Capozzolo, da Unifesp (Campus da Baixada Santista) e Laura Feuerwerker, docente da faculdade sede do seminário.

A primeira palestrante, Regina Marsiglia, falou da constituição histórica do campo da saúde pública, tratando da formação profissional e suas concepções com o decorrer das décadas no Brasil. Além disso, a professora  falou da questão do currículo da graduação, abordando os principais questionamentos sobre o curso e sua estrutura.

Em seguida, a professora Ângela Capozzolo, da Unifesp, apresentou um recorte sobre o tema debatido: o projeto pedagógico do campus da Baixada Santista, que envolve alunos dos cursos de fisioterapia, educação física, psicologia, nutrição, terapia ocupacional e serviço social. “É um campus que nasceu com uma proposta de formação interprofissional”, apontou, após enumerar os quatro eixos que direcionam a grade curricular de todos os cursos envolvidos no projeto, com destaque para o “trabalho em saúde”, onde, originalmente se encontravam os conteúdos da saúde coletiva.

A ideia é, segundo a professora, “ampliar, através do trabalho conjunto, os referenciais com que cada profissional trabalha, os preparando para um trabalho integral e em equipe”. Capozzolo acredita que essa interação no campo da saúde pública deve resultar em um questionamento dos modos predominantes das práticas de saúde, contribuindo para formar profissionais com um pensamento mais complexo, ou seja, capazes de estabelecer relações entre as diferentes dimensões envolvidas no processo.

Sobre o projeto em si, Ângela também disse ser “um processo de construção que tem como estratégia central possibilitar a vivência dos estudantes com a população e com a equipe e prestarem cuidado sob supervisão de docentes”, já que se constroem práticas através de intervenções em conjunto na comunidade, sempre considerando a experiência de vida do sujeito que demanda cuidado, seus valores e condições sociais, desenvolvendo-se, para isso trabalhos em áeras de vulnerabilidade social da cidade.

A última palestrante, a professora Laura Feuerwerker, docente da Faculdade de Saúde Pública da USP, contextualizou a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e esclareceu a relação do profissional formado em saúde pública com o trabalho nesse sistema. Além disso, ela tratou da importância do diálogo das experiências universitárias com o propósito real da profissão, o que no início não acontecia, levando a uma demanda por mudanças no ensino. “A universidade originalmente chegava como aquela que é a “sabida” e vai realizar um serviço de saúde com os estudantes com as coisas como deveriam ser, que obviamente não é como elas acontecem de fato. Tínhamos muitas críticas a respeito e uma necessidade de se construir uma relação mais compartilhada, com participação dos trabalhadores do serviço”.


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