ISSN 2359-5191

07/05/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 14 - Ciência e Tecnologia - Escola de Educação Física e Esporte
Pesquisadores relacionam DNA com habilidade e desempenho esportivos
Projeto "Atletas do Futuro" traz benefícios esportivos por trás dos genes de cada indivíduo

João Bosco Pesquero, coordenador do projeto “Atletas do Futuro”, proferiu palestra na Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE) para explicar as influências que o estudo da genética têm nas práticas esportivas. Segundo os testes e observações realizados pelo grupo de pesquisadores que participam do programa, saber o que está por trás dos genes de um indivíduo pode prever em qual esporte ele tende a se destacar em um futuro próximo.

Estudar genomas significa analisar a constituição genética de cada organismo como um todo. Portanto, engloba algo mais amplo do que estudar apenas um gene específico e seus efeitos. Pesquero, biólogo molecular da Unifesp, trabalha em conjunto com profissionais de diversas universidades brasileiras no que ele intitulou como “associação da genômica com o esporte”. Ou seja, ao lado de treinamentos, força de vontade e nutrição, os genes estão diretamente relacionados às habilidades esportivas de cada indivíduo.

O principal objetivo do “Atletas do Futuro” é criar bancos de dados genéticos acerca dos atletas de elite da atualidade e das crianças que estão se iniciando nas práticas esportivas. Isso é feito visando entender quais fatores de seus (atletas de elite e crianças) DNAs implicam em suas perdas e seus ganhos de funções. Também é alvo do projeto comparar os rendimentos dos esportistas com o da população em geral, buscando entender quais as habilidades mais comuns e raras do campo esportivo.

Pesquero explicou o porquê de o momento presente ser o ideal para o avanço na área de pesquisa genômica. Segundo ele, “estamos tendo uma revolução em tecnologia. Revolução esta que representa a mudança na tecnologia de fazer sequenciamento de DNA”. Em questão de dez anos, o custo de estudar genomas passou de US$ 3 bilhões para US$ 5 mil. Graças a este significativo aumento na acessibilidade da pesquisa genômica, “hoje estamos começando a entender melhor o tanto de informação que temos em nossos genomas”, conforme contado pelo pesquisador.

Além do esporte de alto nível

O pesquisador da Unifesp levantou uma importante questão durante a palestra. Os estudos realizados pelo “Atletas do Futuro” têm alcances que vão além da jovem promessa esportiva ou do clube que quer investir nos estudos genéticos para encontrar talentos. O aspecto da saúde e do bem estar também é beneficiado com o projeto, conforme explicou Pesquero. “Adulto também faz esporte. Não são só crianças ou atletas de alto nível. Eu quero saber qual é o melhor esporte para mim. Qual esporte se adapta à minha estrutura fisiológica, para não ter problema de articulação, de tendão”, comentou. “Ou seja, estes estudos também são muito importantes para quem quer fazer esportes recreativos.”


O quadro social também é alvo do projeto, na medida em que não há uma olhar exclusivo na formação de atletas de alto rendimento. “Estas informações genômicas relacionadas com esporte não têm o objetivo de eliminar ninguém da atividade esportiva. A ideia é usar esta informação para trazer mais gente pra prática esportiva”, esclareceu Pesquero. “À medida que você direciona o tipo de treinamento a que uma determinada pessoa vai se adaptar melhor, obviamente ela irá aderir à prática esportiva”.

O coordenador do projeto encerrou a palestra com um adendo. Além de possuir orientação profissional oriunda de estudos e da pesquisa genômica, estar focado nos objetivos pessoais e ter força de vontade para completá-los é fundamental. Conforme dito por Pesquero, “ter determinação para realizar uma determinada coisa faz uma diferença enorme no resultado do treinamento de um atleta”. 

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