ISSN 2359-5191

23/05/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 23 - Meio Ambiente - Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Palestra para 3ª idade aborda proteção ambiental

Desde higiene pessoal e beleza até plataformas petrolíferas e universidades, certificações ambientais mudam o produto aos olhos de quem consome e se torna um diferencial para atrair novos compradores. É sobre isso que a professora Sônia Regina Paulino abriu sua palestra sobre “certificação ambiental e qualidade de produtos e serviços”, destinada ao programa Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati), que tem como objetivo possibilitar ao idoso o aprofundamento de conhecimentos relacionados às áreas de seu interesse.

“É importante discutir diferentes possibilidades de agregar atributos ambientais, seja em produtos ou serviços que a gente compra”, atenta a professora, que evidencia a necessidade de se refletir melhor sobre as decisões de compra. O aumento na porcentagem de pessoas consideradas “terceira-idade” na população total brasileira faz com que “produtores de bens e serviços lancem olhos cada vez mais interessados para esse público”, de acordo com Sonia. Não é a toa que essa palestra está pela terceira vez no cronograma de atividades da Unati. (Veja no gráfico abaixo que a cada ano, o número de idosos no Brasil aumenta, e estima-se que aumentará mais)

Produtores e vendedores estão de olhos voltados para o público idoso, devido a fatores como renda e flexibilidade de horários, por exemplo. (Fonte: IBGE)

Qualidade ambiental está intrinsecamente ligada aos produtos que consumimos e a serviços que compramos. A produção desses bens, tangíveis ou não, mesmo com certificação ambiental, não está isento de consequências, há sempre um tipo de degradação do meio ambiente.

A partir do final da década de 90, o Brasil vem consolidando esse debate. Ele surgiu a partir da conscientização de parcelas da população dos impactos ambientais e sociais ligados a processos produtivos. Mas para que as empresas mudassem sua forma de atuação, elas precisavam de uma garantia de que seus produtos fossem reconhecidos com essa diferenciação aos olhos do consumidor, que pagariam preços mais caros pelo produto de qualidade. “A primeira coisa que olhamos enquanto consumidor é o preço e o visual. Atributos ambientais em geral não entram como critério para definir se vou comprar ou não vou comprar um produto”, continua a professora. É por isso que os alimentos orgânicos ainda são procurados por uma parcela ínfima da população, embora seja um dos mercados que mais crescem no Brasil.

Além do consumidor, outro fator que contribuiu para a implantação de certificados ambientais é o aumento do comércio entre países. “É importante nessas relações comerciais que haja uma linguagem comum sobre o que é qualidade ambiental”, de acordo com a professora, “essa certificação ambiental vai permitir uma padronização do que é fazer gestão ambiental”.

Certificado ambiental é, então, o “conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo independente da relação comercial, com o objetivo de atestar, publicamente, por escrito, que determinado produto, processo ou serviço está em conformidade com os requisitos especificados”. Devemos pensar que, infelizmente, algum impacto do meio-ambiente vai ter, mas deve-se brigar pelo menor possível, ou então, para prevenir que eles ocorram.

Diante de tudo isso, os certificados ambientais têm quatro funções: diferenciação entre empresas; reduzir a assimetria de informações entre o consumidor e o produtor (afinal, o produtor sabe de tudo que acontece em sua cadeia produtiva); reduzir o comportamento oportunista de alguns produtores; e, por fim, mostrar ao consumidor as qualidades inerentes do produto, mas não visíveis, como os conservantes, agrotóxicos, corantes, resíduos químicos, entre outros. (Alguns exemplos de certificação ambiental são mostrados abaixo e suas características aqui no Brasil)


A produção de alimentos e a oferta de serviços, por mais que respeitem normas de certificações ambientais, causam impactos ampara a natureza. (Montagem de Jeanine Carpani)

Pessoas de mais idade podem ser importantes multiplicadores, afinal, possuem uma extensa rede de conhecimento: seja no trabalho, na família ou no bairro. O importante é que se leve esse ponto para discussão, para divulgar. “A pessoa pode até não concordar, mas ela vai pensar sobre aquilo”, afirma a professora, “pensar questão ambiental requer uma dose de altruísmo e de generosidade, não só para o nosso bem-estar atual, mas para as gerações futuras”. Afinal, pensar em qualidade ambiental é pensar na qualidade de vida.  


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