ISSN 2359-5191

29/05/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 27 - Educação - Instituto de Biociências
Núcleo une arte e ciência na USP
Iniciativa de estudantes do Instituto de Biociências retoma a importância da ilustração científica no meio acadêmico

Com o uso do aquarela e naquim, a ilustração científica é um trabalho feito em conjunto entre um pesquisador e um artista. O ilustrador percebe aquilo que somente o olho humano pode captar e transfere ao desenho, tornando-se muito importante como ferramenta de estudo científico. A fim de complementar a formação acadêmica na área, em 2012, surgiu o Núcleo de Ilustração Científica do Instituto de Biociências da USP (IB-USP). Os idealizadores, Filipe Gudin, Laura Montserrat, Marcelo Kubo e Paulo Presti estiveram envolvidos na fundação do Núcleo, como um espaço de discussão e compartilhamento de ideias, técnicas e projetos.

Segundo Laura, “o grupo surgiu de uma necessidade do IB, pois não há uma disciplina que esteja relacionada à ilustração científica”. Ao longo da graduação, a ilustração é mencionada superficialmente e o objetivo do Núcleo é incentivar a formação na prática, principalmente no âmbito da USP, onde não há nenhum projeto semelhante. O Núcleo executa projetos voltados à divulgação científica e materiais didáticos, com a ajuda de recursos da Comissão de Cultura e Extensão do IB. Porém, ainda não possui toda a estrutura física necessária para funcionamento pleno das atividades, o que também dificulta o acesso dos alunos à ilustração.

Entre papéis e flores

Da taxonomia até genética médica, a ilustração científica é utilizada em quase todas as áreas das ciências biológicas. Além das clássicas representações de taxonomia de plantas e animais, a ilustração expande-se na construção de esquemas e modelos experimentais, como metabolismo e funcionamento de genes. “A ilustração em si não é nada: ela passa informação, mas está sempre acompanhando um texto”, diz Marcelo, um dos fundadores do núcleo. A partir dos dados, o ilustrador representa a informação de forma gráfica, o que facilita o entendimento de ideias e conceitos difíceis de serem explicados.

Ilustração em nanquim do sapo Rhacophorus pardalis, por Filipe Gudin. (Fonte: Núcleo de Ilustração Científica)

No passado, o desenho foi o único meio de comunicação de algumas áreas da biologia, principalmente a botânica. Mesmo com o uso cada vez maior da fotografia, para Paulo, “a ilustração acaba por ser mais informativa, porque ela consegue apresentar todos os detalhes ou selecionar aqueles mais importantes que uma foto não conseguiria demonstrar”. Em uma prancha de descrição de uma planta, por exemplo, em uma mesma composição podem ser representados em evidência as características distintivas da espécie, seja em detalhes do caule, de folhas ou dos frutos.

Uso da aquarela na representação de uma bromélia e de um lobo-guará, por Marcelo Kubo e Laura Montserrat, respectivamente. (Fonte: Núcleo de Ilustração Científica)

Do grafite ao lápis de cor, as técnicas e instrumentos utilizados são muito variadas, o que não compromete a qualidade da ilustração e seu valor científico. “Desde que se tenha rigor científico para retratar”, diz Marcelo, qualquer tipo de desenho pode ser feito, desde que nada seja criado em relação ao objeto retratado. O estudante comenta também que “existem duas vertentes de ilustradores: aqueles que são biológos e gostam de desenhar e aqueles que são artistas e que gostam de biologia”.

Ilustração inicial: desenho em lápis de cor do pássaro Tangara cyanocephala, por Filipe Gudin. (Fonte: Núcleo de Ilustração Científica)

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