ISSN 2359-5191

03/06/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 28 - Saúde - Faculdade de Odontologia
Pastas de dentes são diferentes e devem ser indicadas por dentista

Pastas de dentes possuem variações na formulações químicas e, por isso, indicações diferentes para cada paciente. É esse o objetivo de um estudo realizado na Faculdade de Odontologia (FO) pelas doutorandas Roberta Couto, Renata Rodrigues, Stella Ferreira e Karina Lachowski. Sob a orientação das professoras Maria Ângela Pita Sobral e Márcia Marques, as pesquisadoras analisaram oito marcas disponíveis no mercado nacional a fim de mensurar seus efeitos biológicos nos tecidos da boca.

Roberta explica que os hábitos de higiene bucal mudaram com o passar dos anos, devido ao estímulo à prevenção. Essa nova rotina fez com que os dentes durassem mais tempo na boca dos indivíduos e aumentou, também, o tempo e a frequência de exposição às pastas de dente. Ela explica: “Quisemos saber qual é a ação do maior contato das pastas nos tecidos bucais e no desgaste do dente”, diz.

Segundo a professora Maria Ângela, apesar de as pastas terem uma função de limpeza, elas também podem possuir componentes tóxicos aos tecidos bucais ou que provoquem desgaste dos dente. Para avaliar essas possibilidades, o estudo foi divido em duas etapas. Numa cultura de células, mediu-se a capacidade das pastas ocasionarem lesões na boca, enquanto o desgaste foi mensurado a partir da aplicação das pastas em dentes bovinos, aceitos como substitutos para o humano, nos estudos laboratoriais.

Uma pasta para cada paciente
Roberta explica que o detergente é o principal compontente que pode causar irritabilidade nos tecidos. Segundo ela, foi observado que o lauril sulfato de sódio é uma dessas substâncias. Comum a todas as pastas de dente analisadas, ele é responsável por certas reações no organismo, especialmente com o uso prolongado.

Segundo a pesquisadora, a maior quantidade desse detergente pode estar relacionada ao surgimento de lesões bucais. O lauril sulfato de sódio ainda tem a característica de ser facilmente identificável como formador da espuma das pastas de dentes. “As pastas com menor percentual de espuma são as que trouxeram menor irritabilidade nos meios de cultura”, explica.

Já o potencial de abrasividade usou como referência a dentina, a parte do dente que fica coberta pelo esmalte dental. Stella explica que esse tecido frequentemente fica exposto, podendo causar a sensibilidade. Uma pasta muito abrasiva seria prejudicial a um paciente com esse quadro clínico, pois seria muito agressiva para a dentina. Ela defende: “Como esse índice é diferente em cada pasta, deveria ser mostrado na embalagem para que o paciente soubesse se ele é mais ou menos abrasivo”.

As pastas mais abrasivas são, na verdade, indicadas para pacientes que têm uma propensão maior a ter manchas nos dentes, seja por alimentação ou pelo cigarro. É por isso que Renata ressalta que a pesquisa não tem a intenção de mostrar quais são as melhores pastas de dente no mercado, mas que “existem vários tipos, cada um indicado para um determinado paciente”.

Divulgação além da academia
O dentista é o profissional que deve indicar o tipo de pasta adequado para cada paciente. Segundo a professora Márcia, existe uma certa dificuldade nesse processo, pois os dentistas têm uma noção sobre as diferenças entre cada marca, mas ainda não há um trabalho comparativo concreto como essa pesquisa.

Ela ainda destaca que a ideia do projeto não é deixá-lo restrito ao meio acadêmio, mas também divulgá-lo em veículos de circulação maiores. “Queremos informar tanto o dentista quanto a população que cada pasta é aceita de maneira diferente pelo organismo”, finaliza.

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