O projeto da Ponte dos Remédios, feita em parceria entre o arquiteto Marcos Acayaba e a H+F Arquitetos foi apresentada na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAUUSP). Acayaba e Eduardo Ferroni, da H+F Arquitetos (empresa que fora nomeada dessa forma em homenagem ao sócio Pablo Hereñú e ao próprio Eduardo Ferroni), mostraram o que e como eles pretendem realizar esse projeto e quais são os principais desafios que eles tem que enfrentar.
Esse projeto tem o objetivo de construir 1.300 unidades habitacionais ao todo para atender famílias que moram em áreas de risco ao redor da Vila Leopoldina e do Distrito Jaguaré. Ele pretende ocupar a área que era ocupada anteriormente pela Siderúrgica Barra Mansa. O terreno, que já era propriedade da prefeitura, uma vez que essa o adquiriu da Rossi, terá algumas de suas instalações preservadas, como galpões, a entrada e uma chaminé, por exemplo.
Acayaba afirmou que uma das características do projeto será a construção de prédios mais altos em conjunto com edifícios de meia altura. Ele afirmou também que não haveria risco nenhum em fazer o projeto baseado em uma verticalização do local, pois os arredores dele já possuem diversas torres construídas, o que mostra a viabilidade desse projeto. Outra coisa que ele mostrou foram os entulhos que eram acumulados, que totalizavam mais de 30 mil metros cúbicos, mas que já foram removidos.
O plano de construção também conta com vias que são integradas com o sistema viário local, onde os ônibus passarão dentro da área a ser construída. Essa é uma forma de realizar o ideal de fazer com que as ruas fossem todas públicas, de Acayaba e da H+F, se tornasse verdade. Eles afirmam que eles não queriam que o projeto se transformasse em mais um condomínio fechado ou um bolsão residencial.
A Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) aceitou esse novo sistema viário, que também conta com 300 vagas para carros, porque as ruas ocupam, em conjunto, aproximadamente 40% do terreno e a prefeitura tinha a intenção de aproveitar o espaço dele o máximo possível.
Eduardo Ferroni afirmou também que, por ser um local que possuí o entorno isolado (não tem comércio, padaria, entre outros estabelecimentos), eles tiveram que buscar incorporar ao projeto o máximo de instalações urbanas que fosse possível, para, novamente, evitar que o local virasse um bolsão residencial.
"Brigar por esse tipo de coisa é o que leva mais tempo, e não a criação do projeto em si", falou Ferroni, expondo as dificuldades que eram impostas ao plano de tornar a área o mais urbana possível, com bastante uso comercial. Apesar disso, no fim das contas eles conseguiram incorporar ao projeto uma unidade básica de saúde, duas creches, um clube-escola, um telecentro, uma padaria escola e um lugar que poderá ser uma lanchonete ou um bar.