A companhia Tesla foi a primeira a começar a vender carros elétricos em larga escala nos EUA. Seu sucesso é inegável: devolveu o empréstimo governamental nove anos antes do previsto. Os carros elétricos tornam-se cada vez mais populares e as políticas que os cercam, cada vez mais importantes. É disso que trata a dissertação de Carolina Attas Chaud, Análise da mobilidade urbana voltada para inclusão de veículos elétricos de carga visando uma logística sustentável, apresentada recentemente na Escola Politécnica.
Segundo Carolina, hoje a logística é um dos fatores mais importantes quando se pensa transporte, tanto pelo problema da emissão de poluentes, quanto pelo da eficiência energética muito baixa de motores à combustão. Por isso, seu trabalho tem como ponto principal “não só vincular os veículos elétricos [à logística do transporte urbano], mas tratar sob o âmbito de uma política de mobilidade elétrica.”
Para escrever sua dissertação, a pesquisadora questionou-se sobre a viabilidade da produção e penetração de veículos elétricos de carga. A reposta foi que é necessário que toda a cadeia de produção automotiva, inclusive a esfera governamental esteja engajada na melhora da mobilidade urbana do país. Para isso é necessário uma “conscientização coletiva da sociedade e uma infraestrutura compatível de carregamento [de carros elétricos]”.
O veículo elétrico
Assim como todo veículo, carros elétricos necessitam de energia. Entretanto, diferentemente dos automóveis convencionais, os elétricos não usam a energia dos combustíveis e, sim, a própria energia elétrica. É por isso que uma rede de carregamento é fundamental para a implementação de veículos desse gênero.
Em sua dissertação, Carolina destaca que a ascensão do carro elétrico hoje não é uma surpresa. A evolução tecnológica principalmente dos motores elétricos e das baterias tornou economicamente viável esse aumento de produção e consequente o barateamento dos veículos. Ela lembra que o primeiro motor elétrico instalado num veículo data de 1837, antes mesmo do primeiro “grande” automóvel, o Ford T. O que mostra que carros elétricos não são uma inovação do século XXI.
Quanto a aplicação da infraestrutura necessária, Carolina diz que o modelo para distribuição de postos de carregamento já existe e é simples: uma pesquisa é feita periodicamente e aponta o horário médio em que os proprietários de veículos fariam recargas e se baseando nela os postos seriam distribuídos para atender a demanda de recarga sem sobrecarregar a rede local. Essa recarga poderia ser feita tanto “plugando” o veículo a uma tomada quanto pela mera troca da bateria por uma já carregada. Isso, segundo Carolina, demoraria somente três minutos.
Como conclusão, a pesquisadora afere que a infraestrutura depende da política e incentivos da esfera governamental e o assunto ainda é muito novo no Brasil. O ganho energético do uso do veículo elétrico, comparado ao veículo a diesel, pode ser de até 40%. Por isso, Carolina aponta que é preciso “aplicar uma política voltada à mobilidade elétrica e através disso criar normativas para que possam ser criadas as estações de carregamento que facilitem a utilização desses veículos.”