“Hoje quase todo mundo tem um bom currículo e fala mais do que uma língua. O diferencial é, portanto, a imagem”, afirma Alba Prizão, consultora de imagem e estilo, ao iniciar a palestra Marketing pessoal, na FEA-USP. O foco do trabalho é ajudar a comunicar os pontos fortes, em termos profissionais, pela imagem exterior, no comportamento e na aparência no ambiente profissional.
De acordo com a especialista, a primeira impressão é, de fato, a que fica. Em cerca de 30 segundos, a região da amígdala cerebral ativa um mecanismo que faz o julgamento por completo da pessoa à frente. “Este primeiro momento influencia todo o relacionamento das duas pessoas e envolve tudo: o toque, a voz, a fala”, diz Alba.
Para estabelecer a confiança do chefe ou do possível empregador, o importante é estar seguro de si. Para isso, o mais importante é estar satisfeito consigo mesmo, ou os sinais de nervosismo e falta de autoconfiança vão transparecer. “A linguagem corporal é o mais difícil de controlar, pois deve acompanhar o que se fala. O gestual deve sempre permanecer positivo, sem batucadas na mesa, balançar de pés e transpiração, pois tudo isso indica nervosismo”, ressalta a consultora.
Quanto às roupas, Alba Prizão é enfática: não se pode sair muito do padrão para cada tipo de cargo. Uma posição de chefia exige uma roupa formal, com peças estruturadas, cores neutras, meia-calça, linhas retas e sem estampas, para que se passe a impressão de profissionalismo e competência desejada. Já para posições menos elevadas e mais informais, o ideal são peças mais confortáveis, com cores mais vivas, estampas em nível moderado e uso de jeans com maior frequência. A intenção, nesta, é que a pessoa pareça acessível, estilosa, mas, ainda assim, competente.
Alba alerta, no entanto, para erros que não podem ser cometidos em um ambiente profissional. “Usar roupa suja ou amassada, bolsos da calça muito cheios, barra de calça por fazer ou grampeada, cheiro muito forte de perfume ou cigarro e até mesmo roupas íntimas que marcam: são os vilões muitas vezes pouco valorizados pelo profissional, mas que contam muito na aparência e são fatais para quem vê”, diz.
Se a aparência, que segundo Alba é parte mais fácil de resolver na área do marketing pessoal, já foi resolvida, a questão é cuidar do comportamento social e do face a face. Dizer obrigada e por favor, tratar a todos com igualdade de respeito e memorizar os nomes são exemplos de trato pessoal que devem ser registrados na memória de quem quer impressionar. Porém, é importante atentar-se para o uso das palavras, evitando as gírias e gesticular em excesso. “É muito vital que a pessoa saiba fazer um bom contato visual, firme e que pareça confiante, além de sorrir e mostrar interesse. Apesar de tudo, mesmo que se tenha um ótimo currículo e uma grande experiência, o que vai contar mesmo é a presença física, o contato, a imagem”, completa Alba.