ISSN 2359-5191

18/06/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 39 - Saúde - Faculdade de Medicina
Pesquisadora prova prejuízos para qualidade de vida em paciente com transtorno alimentar
O estudo quantificou danos causados pela anorexia e bulimia

Rogéria Taragano provou, em sua tese de mestrado, que os transtornos alimentares causam danos a qualidade de vida dos pacientes. Tanto pacientes com anorexia como com bulimia ou transtorno alimentar não especificado (TANE) apresentaram resultados semelhantes. Segundo a pesquisadora da Faculdade de Medicina da USP o aspecto mais comprometido dos pacientes analisados é o psicológico.

No trabalho foram analisadas pacientes mulheres, de 18 a 45 anos, em regime ambulatorial ou internadas por anorexia, bulimia ou TANE. Todas eram alfabetizadas. Esse grupo foi comparado a um outro de mulheres na mesma faixa etária, porém sem nenhum destes transtornos. A idade média dos dois grupos era de 27 anos, solteiras e sem filhos.

Na comparação com estudos anteriores chama a atenção não haver alteração no estado civil entre os dois grupos levando em conta que o isolamento social e a dificuldade de relacionamentos afetivos são características dos transtornos alimentares.

Rogéria avaliou seis domínios da qualidade de vida dessas mulheres: o físico, o psicológico, a independência, as relações sociais, o meio ambiente e a espiritualidade. Essa avaliação foi realizada através de um questionário da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100). Em termos sociodemográficos foi constatado que mais pessoas com transtornos alimentares não trabalham no momento e possuem rendas menores. Também neste grupo existem mais pessoas que declararam não ter religião.

Houve também uma análise clínica observando a incidência de outras doenças psiquiátricas, já que, é conhecido que os pacientes normalmente apresentam múltiplas doenças psiquiátricas simultâneas. Um dos dados mais sérios é que mais de 50% das pacientes já tentou se suicidar pelo menos uma vez e 60% possuem depressão.

Também foi constatado que 15,9% eram dependentes de alcóol e 28,9% de outros químicos, além de uma taxa de 34,7 % de transtorno bipolar. Ainda foi observado associações com doenças de ansiedade como transtorno do pânico e TOC (transtorno obsessivo-compulsivo). Rogéria chama atenção que os resultados mostram uma maior incidência de pânico do que estudos anteriores, o que induz uma pesquisa mais aprofundada neste campo.

As conclusões finais foram que houve uma piora em todos os domínios que constituem a qualidade de vida, ressaltando frequentes tentativas de suicídio e funcionamento profissional e ocupacional empobrecidos. O estudo de Rogéria Tagarano se diferencia dos outros por levantar novas questões. Por exemplo, a associação da anorexia nervosa com o transtorno do pânico é aparentemente a que mais prejudica a qualidade de vida, porém esse tema deve ser mais aprofundado. 

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