ISSN 2359-5191

18/11/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 19 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Software permite identificar interferência entre condutores
Com menor custo será possível determinar a influência do campo eletromagnético

São Paulo (AUN - USP) - Já pensou se ao apertar o botão que aciona o vidro do automóvel, em vez do comando ser atendido, o alarme disparasse? Ou, pior ainda, por uma interferência no sistema de combustível, o piloto de avião tivesse uma informação errada do quanto ainda poderia voar? É para evitar problemas como estes que o Departamento de Energia e Automação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (PEA-USP) desenvolve pesquisa sobre a interferência da tensão da corrente entre condutores elétricos.

Esse estudo analisa os desvios que a mensagem eletromagnética sofre até chegar ao destino final, a diferença entre o que deveria acontecer e o que realmente ocorre.

Toda essa disfunção origina-se no fato de que para uma ordem ou informação ser realizada, estímulos elétricos precisam percorrer um caminho através de condutores. O problema aparece porque essa corrente elétrica forma um campo eletromagnético, uma área ao redor do fio condutor capaz de alterar o andamento normal de outras mensagens que estejam próximas.

Até mesmo aparelhos sem relação aparente com outras máquinas que estejam próximas podem modificar o andamento normal delas. “Tinha uma estação de trem na linha 5 da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) em que o funcionário esquentava, na hora do almoço, a marmita no microondas. Isto induzia um sinal que avisava que o trem estava passando na hora em que, na verdade, não estava e atrasava todo sistema. Você pode ainda ter um caso pior, que é o de o trem estar lá e o sistema dizer que não está e daí ter uma colisão”, comenta William Gerlach Dietz, aluno de mestrado da PEA-USP.

Atualmente, problemas como estes são evitados através da instalação de filtros, sistemas que oferecem um caminho alternativo para ondas eletromagnéticas que causariam alterações na mensagem original. No caso dos trens, eles vão nos próprios vagões e, por serem muito pesados, exigem mais combustível ou eletricidade para se movimentar.

Essa questão poderia ser mais facilmente sanada com um estudo prévio das interferências que a mensagem sofre pelo caminho. Neste sentido, existem iniciativas como a construção de protótipos que simulam as várias interferências entre as tensões de correntes, mas o custo elevado faz com que, muitas vezes, esse estudo não seja feito.

Com menores custos e bons resultados, William desenvolveu um sistema de computador capaz de identificar as interferências mesmo sem um protótipo. Para isso, ele utilizou cálculos matemáticos já existentes que, quando combinados a um software, foram capazes de chegar a resultados que variam em menos de 5% dos resultados reais da quantidade de interferência entre os condutores.

Após terminar seu projeto, além de poder aproveitá-lo para aplicação industrial, Willian pretende usá-lo em aulas sobre interferência eletromagnética entre condutores. “Pretendo auxiliar em matérias da graduação, poder ensinar esse fenômeno com um software que os próprios alunos terão acesso porque é uma versão gratuita”, comenta ele.

Mais informações: william.dietz@poli.usp.br

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