ISSN 2359-5191

18/11/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 19 - Saúde - Instituto de Ciências Biomédicas
Pesquisa estuda reação do corpo a pressão alta
Estudo sobre as reações de artérias determina substâncias que podem ser caminho para cura de doença que interna 11% da população

São Paulo (AUN - USP) - Entender como funciona uma das doenças que mais internam no país (11%) seria um ótimo jeito de eliminar custos na saúde e salvar vidas. Assim, uma pesquisa realizada no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) tem sua justificativa: desenvolver drogas que impeçam o desenvolvimento da hipertensão e impedir o dano vascular.

Coordenada pela professora Luciana Rossolin, uma pesquisa que vai estudar os mecanismos pelos quais o vaso de um animal reage à hipertensão está sendo abrigado no ICB.

Os pesquisadores coletam artérias de ratos que foram submetidos a uma substância, a ouabaína, que supostamente induz a hipertensão. A escolha dessa substância na pesquisa se deu pela curiosidade de sua atuação. No começo da década de 80, descobriu-se que pacientes hipertensos possuíam índices elevados dessa substância e pensou-se que essa substância induzia o estado.

Quando se observou o comportamento do vaso sangüíneo, percebeu-se que seu tônus aumenta para conter a pressão e que o coração, principal causa da pressão alta, retornava ao seu estado normal após algum tempo, mas os vasos permaneciam tensos e impediam a circulação correta do sangue.

Assim, a pesquisadora procurou usar o fator ouabaína (que está presente só em humanos hipertensos) em ratos com o mesmo problema. A prática era diferente da usual na época, em que somente se injetava a ouabaína em ratos normais, o que tinha como resposta o aumento da pressão.

A quantidade dessa substância é calculada para equivaler ao tamanho do rato. Com a aplicação, é possível estudar o que acontece ao sistema do roedor. Com os resultados futuros, será comprovado, ou não, se a ouabaína realmente é um fator de resposta do organismo à hipertensão, e não um indutor da doença.

Após cinco semanas de aplicação, as artérias são extraídas do animal e classificadas de acordo com o local onde ficavam, na aorta, mesentérica e caudal . Essas artérias são trituradas (processo de homogeneização) para que então se meça a quantidade de proteínas presentes.

Após processos de filtragem através de um gel de acrilamida, é colocado no montante de proteínas um anticorpo chamado de primário. Ele tem uma seqüência de aminoácidos que, em teoria, só pode se ligar a uma outra seqüência, que é a que a gente quer estudar, através de seqüências de proteínas homólogas. Após a reação, há uma lavagem para se tirar o excesso de substância e, logo depois, a colocação de um anticorpo secundário, que contem uma peroxidade, que irá hidrolizar uma substância usada para detectar sua presença através de efeito fluorescente.

Assim, foi possível determinar que em um rato hipertenso a quantidade de proteínas na aorta aumenta, na mesentérica não altera e na caudal reduz. Outro passo seria determinar qual o fator que produz essa variação.

A parte inicial da pesquisa com roedores está prevista para terminar até agosto do ano que vem. “Mas para se ter resultados concretos ainda vão levar de 10 a 15 anos” acredita a pesquisadora.

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