ISSN 2359-5191

19/06/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 40 - Saúde - Escola de Educação Física e Esporte
Chegada do inverno exige maior cuidado com saúde, alerta professor da EEFE
Hidratação e alimentação adequadas são grandes aliadas no combate ao clima frio e seco

No dia 21 de junho o hemisfério sul do planeta Terra – e grande parte do território brasileiro – presenciará o início de mais uma estação de inverno. Em áreas tropicais, esta época do ano é caracterizada pelas temperaturas e umidade do ar baixas, condições que necessitam um maior cuidado com nosso organismo. O professor de nutrição aplicada à atividade motora da Escola de Educação Física e Esporte da USP (EEFE) Antonio Herbert Lancha Júnior explicou como nossos corpos reagem à chegada desta estação e quais medidas devemos adotar para a saúde não ser prejudicada diante do clima frio e seco.

Gripes, rinites, sinusites... O inverno, visivelmente, traz consigo um aumento na frequência de aparição dessas doenças em diversos círculos sociais. O grande responsável por isso é o clima seco – em agosto do ano passado foi registrada a umidade relativa mais baixa da história da cidade de São Paulo, 8% –, que, conforme explicado por Lancha, “remove água do organismo de várias regiões. A mais rapidamente comprometida é a mucosa naso/oral. Com isso temos maior vulnerabilidade a infecções oportunistas típicas do inverno”.

A sensação de frio, por sua vez, acentua tais enfermidades na medida em que transmite uma falsa impressão de “falta de sede”. Ao não se sentir motivado a se hidratar, o indivíduo fica menos resistente. “O sistema imunitário utiliza água nas suas reações de defesa”, afirmou o professor. Ou seja, uma pessoa que não tomar a quantidade recomendada de líquido por dia – cerca de 2 litros –, estará contribuindo para a ocorrência de infecções dos mais diversos tipos, como as nasais, por exemplo.


A água desempenha importantíssimo papel no funcionamento do corpo humano. “Diversas reações metabólicas dependentes de água ocorrem em nosso organismo. São genericamente chamadas de hidrólise [quebra de moléculas por ação da água]”, explica o professor. A inadequada hidratação pode interferir negativamente nas hidrólises, impedindo as tais quebras. A diminuição do número de quebras de moléculas, por sua vez, pode ocasionar diversos problemas. Um dos mais famosos é a da capacidade do nosso corpo quebrar as gorduras, reação que envolve a hidrólise.

Gordura e boa alimentação
Os famigerados “pneuzinhos” localizados podem ser bons aliados na luta contra as baixas temperaturas do inverno. A gordura funciona como um isolante térmico, fazendo com que pessoas mais “gordinhas” não precisem se alimentar mais intensamente para vencer o frio. “O consumo de alimentos é uma forma de produção de calor. Assim pessoas mais magras são mais propensas a sentirem fome mais facilmente no inverno”, conta Lancha.

Entretanto, a alimentação saudável deve ser sempre a prioridade no combate aos males que o o inverno pode causar ao nossos organismos. “Em grande parte, a hidratação correta e a ingestão alimentar adequada conseguem contornar quase todos os efeitos adversos do inverno na maioria do país”, garante o professor da EEFE. Quando o clima chega a níveis extremos, outras medidas passam a ser necessárias, como refúgio térmico, por exemplo. Alimentação e hidratação corretas, de todo modo, são a base da preservação da saúde.

Dicas
Para combater a falsa impressão de “falta de sede”, Lancha aponta dicas como “colocar uma garrafa de água ao lado da mesa no escritório, programar o computador, celular, tablet ou relógio para apitar de hora em hora e beber um copo de água [200ml] por hora”. É importante ressaltar que ingerir grandes volumes de quaisquer líquidos em um intervalo curto de tempo pode gerar graves problemas de saúde, como a hiponatremia (redução rápida de sódio no organismo).

Ademais, o professor também sugeriu o consumo de pratos típicos do inverno, visando saciar a fome e combater o tempo frio e seco. Fluídos quentes como sopas e canjas são boas pedidas para a estação de inverno. Porém, Lancha alerta para os caldos ricos em gordura, que são de difícil digestão. A dica é escolher aquilo que tiver água como base: “opte por caldos a base de batata, mandioca, milho e feijão”.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br