ISSN 2359-5191

19/06/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 40 - Saúde - Faculdade de Medicina
Pesquisadora comprova aumento bacteriano em leite materno com aditivo
O suplemento é utilizado no ambiente hospitalar para recém-nascidos prematuros

A mestranda Letícia Fuganti Campos, da Faculdade de Medicina USP, mostrou  in vitro que aditivos de leite materno suplementados com ferro podem facilitar o crescimento de bactérias em bebês prematuros. O procedimento de utilizar aditivo no leite materno é comum nos hospitais para assegurar uma nutrição adequada aos recém-nascidos prematuros com menos de um quilo e meio, porém existem dúvidas se o aditivo suplementado com ferro poderia influenciar nas características de proteção do leite natural.

O leite materno é ideal para recém-nascidos, pois ajudam a desenvolver o sistema imunológico. Dentro de sua composição existe uma proteína chamada lactoferrina que protege a criança de infecções bacterianas. Essa proteína se liga ao ferro e evita a proliferação de bactérias dependentes desse composto. Por essa razão tem suspeitas que ao colocar o aditivo suplementado com ferro, a função protetora da lactoferrina seria alterada e talvez provocando uma maior vulnerabilidade a doenças.

Letícia Campos pesquisou o possível crescimento de três bactérias mais frequentes em infecções no hospital em que o estudo foi realizado: Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Pseudomonasaeruginosa. Foram analisadas 78 amostras de colostro puro e de colostro com o aditivo de forma qualitativa e quantitativa. Nas amostras in vitro com as duas últimas bactérias não houve diferenças significativas entre os dois tipos de colostro, porém nas amostras de Escherichia coli houve um aumento classificado como significante na linguagem estatística.

A Escherichia coli é uma bactéria comum na flora intestinal de um indivíduo normal, porém nos prematuros é uma das principais causadoras de infecções. Mas os testes feitos in vitro não podem ser extrapolados para a esfera clínica, Letícia recomenda fazer testes em humanos para verificar as hipóteses.

O principal problema é que o leite materno continua a ser insuficiente para alimentar bebês prematuros com peso inferior a 1 quilo e meio e deve ser suplementado. Porém a mestranda coloca que é necessário mais estudos para verificar a quantidade ideal de ferro, para que ao mesmo tempo não interfira na ação da lactoferrina e nutra a criança. Essa quantidade pode mudar para cada grupo de bactérias, por isso os testes devem ser extensos.

Outras pesquisas já mostraram um crescimento de Staphylococcus, EnterobactersakazakiiStreptococcus do Grupo B em colostros suplementados, porém pode haver proliferação de outras bactérias.


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