ISSN 2359-5191

20/06/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 41 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Estudo mapeia regiões de formação de estrelas

Laurent Loinard, pesquisador francês do Centro de Radioastronomia e Astrofísica da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), apresentou seu trabalho de anos em mapeamento da distribuição de estrelas jovens para definir e entender os mecanismos em bolsões de formação destes astros, em palestra no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (IAG).

Cinturão de Gould

O projeto é uma vistoria do Cinturão de Gould – um anel parcial da Via Láctea cheio de regiões de formação de estrelas (Taurus, Orion, Ophiuchus, Perseus, entre outras) – com imagens de vários radiotelescópios por VLBI (Interferometria de Longas Distâncias), que consiste numa forma de coleta de dados por diversos radiotelescópios que fazem leituras na mesma frequência de um mesmo corpo astral. Quanto maior a distância entre os telescópios, maior é a resolução da imagem produzida, pois o conjunto funciona como um único radiotelescópio gigante de diâmetro equivalente a essa distância.

O mapeamento detalhado das regiões e distâncias entre elas é de grande importância para própria definição de como esse cinturão foi formado. Duas teorias são mais aceitas sobre a origem desconhecida do cinturão, ou houve o impacto de uma nuvem interestelar ou uma supernova (explosão de matéria em morte de estrelas supermassivas) empurrou o material para essa região tão extensa de 3.000 parsecs (1 pc = 3,25 anos-luz) de comprimento.

Loinard destaca que o projeto só é possível pela interferometria, o centro do Cinturão está localizado a 200 pcs (650 anos-luz) do Sol e outras formas de coleta de dados acabam tendo margens de erro muito grandes pelas distâncias exorbitantes. O estudo na formação de estrelas exige muita precisão e interferometria de todos os telescópios utilizados proporciona uma margem de erro de apenas 0,5%, enquanto outros meios de determinação, como o de Hipparchus – utiliza a rotação ao redor do Sol para observar de eixos de um triângulo, no caso resulta numa margem de erro de mais de 100 pcs (para mais 68 e menos 39 pcs) –, possuem margens de erro muito grandes para esse tipo de pesquisa precisa.

Determinação de Hipparchus

Prezar pela precisão tem seu preço, nem todas as estrelas jovens emitem ondas de rádio suficientemente fortes para leitura. Em Taurus, o estudo se limita a cinco estrelas jovens, mas ainda é capaz de avançar para definição da região em três dimensões. Leituras na região de Ophiuchus em duas frequências também com mais de 200 fontes detectadas, sendo metade alvos viáveis para observação (emissões de rádio suficientemente altas para serem lidas). E o mesmo mapeamento está em andamento em Orion.

Loinard também apontou campos onde a VLBI pode ser mais relevante. Como a definição das estruturas internas e dinâmicas de todas as regiões de formação de estrelas a até 1000 pcs de distância do Sol, como também a definição do horizonte em Sagittarius A (buraco negro no centro de nossa galáxia). 

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br