ISSN 2359-5191

25/06/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 44 - Economia e Política - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Professores buscam explicar a macroeconomia na “prática”

Devido à parca aplicabilidade dos conteúdos ensinados na FEA, uma série de palestras foi organizada pelo Centro Acadêmico Visconde de Cairu (CAVC), sob o título de “A Economia na prática”, com o intuito de suprir as deficiências dos cursos da Faculdade. Como primeira palestra, o professor Márcio Nakane buscou apresentar como os conceitos e fórmulas aprendidos no curso podem ser usados para explicar situações frequentes para a macroeconomia brasileira.

Nakane, que já ministra as disciplinas de Macroeconomia, utilizou-se do caso da redução da inflação ocorrida após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em agosto de 2011. Nesta reunião, decidiu-se pela redução da taxa Selic, o que causaria uma expectativa de alta de inflação instantânea. No entanto, de acordo com o professor, a análise do período posterior mostra que a inflação caiu de 12,5% iniciais para 7,25% em outubro de 2012. “A decisão do Copom surpreendeu os analistas e o mercado”, afirma Nakane.

Usando um modelo de três equações (Relação IS, Curva de Phillips, Regra monetária), o professor Márcio Nakane procurou as razões para que o resultado da alteração na taxa Selic tenha agido em efeito reverso. Como métodos adotados de avaliação, usou também a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (BC) e a expectativa de inflação colhida a partir da pesquisa Focus do BC.

O professor complemente ainda que, “curiosamente, o afrouxamento monetário que ocorreu a partir desta decisão do Copom não foi o suficiente para estimular a atividade econômica, o que era esperado”. Como possível explicação para as consequências inusitadas, buscou explicações menos técnicas, como o fato de o Banco Central ter sofrido mudanças com a entrada de Alexandre Tombini na presidência, o que tornou o Banco “menos conservador e avesso à inflação”. Este motivo, por si só, não afetaria a economia, mas se aliado a um “choque inflacionário”, poderia ser uma explicação plausível, segundo Nakane.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, o professor explica que o BC poderia ter-se tornado mais leniente com a inflação, o que, segundo ele, se não houvesse outros choques, levaria a economia à estabilização consequente. Dessa forma, observa que as mudanças nas preferências do Banco Central ou o aumento na meta de inflação não são capazes de explicar os fatos. “É preciso que tais ocorrências sejam combinadas a algum outro choque econômico”, ressalta.

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