A presença de medicamentos genéricos em um processo de licitação reduz o valor pago, por farmacêuticos, em cerca de 7%, segundo estudo apresentado na FEA-USP pelo pesquisador Klenio Barbosa, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Além disso, também faz com que o preço pago pelo medicamento original seja o mesmo, visto que a presença dos genéricos no processo afasta as indústrias dos originais, o que obriga os que ficam a reduzirem seus preços.
O trabalho faz parte da investigação, feita pelo pesquisador, em como o mercado é afetado pela entrada de produtos genéricos. Segundo os dados analisados na pesquisa de Klenio Barbosa, fica nítido que os fornecedores de medicamentos originais reduzem os preços, quando disputam uma licitação pública com fabricantes de genéricos. “Dessa forma, fica mais fácil reduzir a margem de preço de custo, para aumentar o volume, maximizando ainda mais os lucros”, ressalta.
Para chegar a tais conclusões, a pesquisa utilizou dados uniformizados fornecidos pelo governo (essencialmente, pelo americano, no qual a pesquisa foi baseada), além da comparação entre o número de dias que separa o leilão de licitação da data em que expira a patente de algum medicamento, de modo a encontrar coincidências ou proximidade entre as datas. As estimativas realizadas demonstram um padrão nesta diferença de datas, perceptível em muitos casos, que levam à conclusão de que o produto genérico afeta o mercado farmacêutico de maneira diferente do que afeta os outros mercados.
Em uma perspectiva de curto prazo, os resultados indicam que os leilões para licitações de medicamentos reduzem as despesas da saúde pública. No entanto, Barbosa ressalta a importância de se investigar investigar as características dos medicamentos adquiridos nos leilões de aquisição. “Mesmo dentro medicamentos intercambiáveis, existe uma grande heterogeneidade entre os genéricos e
medicamentos de marca, como a tolerabilidade, efeitos colaterais, a dosagem e risco de interações adversas com outros medicamentos”, diz.