ISSN 2359-5191

26/06/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 45 - Saúde - Faculdade de Saúde Pública
Atendimento adequado melhora qualidade de vida de adolescentes com HIV

Com sua dissertação de mestrado Avaliação da qualidade de vida em adolescentes vivendo com HIV/AIDS acompanhados em um centro de referência do Município de São Paulo, Sofia de Oliveira tinha o objetivo de descrever a qualidade de vida de portadores de HIV através de uma avaliação de diversos fatores, como estado físico, saúde psicológica e utilização do serviço de saúde, além de analisar esses resultados com fatores sóciodemográficos e clínicos. Para isso, a enfermeira analisou 61 pacientes do Instituto da Criança Instituto da Criança do Hospital das Clínicas (HC) com HIV/aids, entre 12 e 18 anos, obtendo dados a partir dos prontuários médicos e através da aplicação de um questionário.

Com isso, a pesquisadora chegou a resultados a partir de uma autoavaliação dos adolescentes, faixa etária que, para ela, era essencial para os resultados. “Além de saber como esses indivíduos vivem, é importante entender que, pela idade, eles estão passando por outras mudanças, tanto físicas como sociais”, explica. Assim, Sofia analisou diversas dimensões, para compreender as realidades concreta e emocional, aplicando uma pontuação de 0 a 100, com 0 como o resultado mais baixo em qualidade de vida e 100 o maior. No estudo, a mediana mais baixa encontrada foi 70, na avaliação de saúde psicológica, o que pode ser um indicativo de como a fase da vida, comum a adolescentes da mesma idade, com alterações causadas pela puberdade, influenciam nas percepções dos participantes da pesquisa.

Após a avaliação dos questionários, a pesquisadora chegou a uma pontuação bastante alta, o que indica uma boa avaliação da qualidade de vida por parte dos próprios pacientes. Para ela, esse resultado foi um pouco surpreendente, pois esperava encontrar médias menores. Porém, ela acredita que a forma de acompanhamento médico e estrutura oferecido a esses adolescentes contribui muito para que se propicie um aumento na qualidade de vida e a consequente boa avaliação. Segundo Sofia, o atendimento multidisciplinar proporcionado pelo Instituto também tem bastante peso para os altos índices obtidos. “Além disso, o simples fato dos pacientes serem adolescentes, facilita uma visão mais positiva, que reflete nos resultados”, completa a pesquisadora.

A partir das respostas, Sofia tentou traçar uma relação com fatores sóciodemográficos, como sexo, cor da pele e renda. Porém não houve diferenças estatísticas suficientes para que se comparassem tais elementos. A única relação encontrada foi entre os indicadores de renda familiar e avaliação física, mas, segundo a pesquisadora, a renda pode influenciar diversas áreas, como alimentação e atividades extracurriculares, o que não nos permite afirmar que essa associação seja direta. “Não é algo concreto, por isso não se pode afirmar que é preciso ter uma alta renda para que se tenha uma boa qualidade de vida. Precisamos ter cuidado com esse tipo de afirmação”, explica. Por fim, Sofia concluiu que o acompanhamento adequado fornecido por instituições de referência permite que os adolescentes tenham bons índices de qualidade de vida, independente de fatores externos.

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