ISSN 2359-5191

11/07/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 54 - Saúde - Faculdade de Saúde Pública
Preservação da biodiversidade reduz a incidência de malária

Gabriel Zorello Laporta, pesquisador da Faculdade de Saúde Pública da USP, investiga como o uso e a ocupação do solo afetam a emergência da malária.O estudo ainda está em andamento, porém algumas alterações já foram identificadas e publicadas. Segundo Laporta a interferência humana no meio ambiente pode aumentar a incidência da doença.

A malária é uma doença causada por protozoários parasitas, Plasmodium, e é transmitida através das fêmeas do mosquito Anopheles. No mundo todo, a doença causa cerca de 1 milhão de mortes ao ano,  porém ela se manifesta, apenas em ambientes tropicais, principalmente rurais. A região amazônica do Brasil é um dos lugares com maior incidência da doença.

Laporta verificou duas modificações nas interações biológicas dos mosquitos vetores capazes de diminuir o número de casos de malária. Ambas as alterações tenderiam a crescer em ambiente naturais e seriam ampliadas com a maior biodiversidade, ou seja, se as matas tropicais e as espécies de animais forem preservadas.

A primeira modificação é chamada de "efeito de diluição". Esse efeito ocorre quando o mosquito tem oferta de sangue de outros vetebrados, que não os seres humanos, e através das picadas distribui o Plasmodium por animais que não possibilitam a sua reprodução e consequentemente não desenvolvem a doença. O efeito ampliado quando se tem um maior número de espécies não hospedeiras do protozoário, portanto em um ambiente com maior biodiversidade.

A segunda alteração é a chamada "competição difusa" na qual as fêmeas do mosquito Anopheles competem entre si, e com outros mosquitos, pela mesma fonte sanguínea.  O hospedeiro, ou seja, o indivíduo que vai receber o parasita, será, portanto, exposto a número elevado de picadas infectantes e não infectantes e começará a expressar comportamentos de defesa que podem dificultar ou diminuir o risco de picadas infectantes.

A interferência humana no ambiente modifica essas interações naturais. Se por exemplo, uma espécie que ajudaria na diminuição da malária for reduzida, a incidência da doença pode aumentar.

Outro aspecto que Gabriel está investigando é o impacto do desmatamento na ocorrência da enfermidade. Quando a paisagem é fragmentada a maioria dos mosquitos são prejudicados, porém os vetores do Plasmodium, já são bem adaptados ao ambiente degradado, assim ganhando vantagem entre os outros tipos de mosquitos. Por essa razão acredita-se que ao se derrubar florestas pode também aumentar os casos de malária. Além disso, a redução das árvores tem impacto direto na diminuição da biodiversidade, não apenas de plantas, mas também de animais.

Veja o mapa que mostra a maior incidência de malária no mundo:
Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br