São Paulo (AUN - USP) - Em todo o planeta, diversos pesquisadores têm verificado relações entre doenças respiratórias (DR) cardiovasculares (DCV), variações de índices meteorológicos – temperatura, umidade do ar e ventos – e concentração de poluentes no ar. O Proisa (Programa de Informação em Saúde e Meio Ambiente) tem a meteorologia e seus efeitos sobre a saúde como um dos temas estudados por seus membros – professores de várias unidades da USP. Entre eles, o professor Fábio Luiz Teixeira Gonçalves, do Instituto de Astrofísica, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), com graduação em ciências biológicas e doutorado em meteorologia, faz análise de dados para estatística de concentração de poluentes e morbidade por doenças respiratórias e cardiovasculares.
Numa análise, por exemplo, percebeu-se que o dióxido de enxofre do ar de São Paulo tem causado dificuldades respiratórias e cardiovasculares, mesmo abaixo do limiar de concentração considerado prejudicial pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Além disso, o professor também considera em suas análises níveis de conforto térmico, que levam em conta variáveis meteorológicas e mais subjetivamente o desconforto perante a ação dessas variáveis – vento, umidade, temperatura e radiação do sol.
Conforto Térmico?
O gráfico da relação entre temperaturas e conforto térmico forma um U, com áreas de desconforto nas extremidades – frio ou calor – e conforto localizado entre 22°C e 24°C. Na cidade de São Paulo o desconforto térmico é característico da estação fria e seca bem definida de seu clima subtropical úmido.
O professor Fábio afirma que os estudos sobre a influência de variações meteorológicas sobre os problemas de saúde têm o intuito de, num futuro próximo, servir de alicerce para a produção de boletins à imprensa, avisando, por exemplo, na apresentação da meteorologia da semana, quem com qual doença provavelmente será afetado pelas variações de temperatura, umidade, etc., como já ocorre na Alemanha e nos Estados Unidos com o serviço Bio Weather. Diz ainda que toda a América Latina já desenvolve estudos nesse sentido.