São Paulo (AUN - USP) - A determinação da quantidade de energia fornecida aos trens elétricos e metrôs para que desempenhem da melhor forma possível o percurso, sem diminuir a segurança dos passageiros, é tema de estudo do Departamento de Energia e Automação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (PEA-USP).
Com a pesquisa, Cassiano Lobo Pires, aluno de doutorado do PEA-USP, desenvolveu um software capaz de simular o funcionamento de linhas ferroviárias e metroviárias novas, descartando a construção de protótipos.
Segundo ele, a idéia para o trabalho surgiu da necessidade de atualizar os dados relativos aos transportes elétricos. “As últimas pesquisas aqui na Poli [Escola Politécnica] datam do final da década de oitenta. As ferrovias e metrovias foram negligenciadas até mais ou menos o final da década de noventa quando novos investimentos no transporte urbano sobre trilhos começaram a ser feitos”, comenta Cassiano.
Apesar de ainda não ter apresentado a tese, o software já desperta interesse do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), pois Cassiano foi procurado por funcionários das duas instituições.
Esse interesse pelo software é justificado pelo ganho que ele proporciona, a possibilidade de testar todas as alternativas no computador e daí escolher a mais apropriada.
A técnica
O trabalho é desenvolvido em três etapas. Na primeira, dados como peso, aceleração, velocidade e potência do trem, além de informações como a sinuosidade do percurso e a quantidade de elevações do terreno são analisadas. Cada veículo é estudado separadamente e o sistema como um todo não é o enfoque principal. Esse estágio chama-se simulação de marcha.
Numa segunda etapa, a simulação de tráfego, outras variáveis entram no estudo. Torna-se relevante a análise do conjunto de trens que fazem parte da mesma linha, além do tempo que é gasto para a realização total do percurso e a espera dos passageiros nas plataformas de embarque. Com esses dados, é possível fazer um gráfico contendo as informações de tudo que aconteceria numa linha ideal, além de ter acesso a características individuais de cada trem, sendo possível detectar exatamente o momento e o local em que eles se cruzam.
No final, o foco volta-se para a determinação do quanto de energia deve chegar aos vagões e do local em que deve haver subestação, a responsável pelo fornecimento de energia.
Em comparação com os programas que já existem e desempenham função semelhante, ele traz maior velocidade na simulação do percurso, mas para isso, necessita de um grande número de dados relativos ao terreno e ao trem.
Mais informações: cassiano@pea.usp.br