ISSN 2359-5191

05/08/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 59 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
USP pesquisa novas perspectivas para vida extraterrestre

Douglas Galante, pesquisador do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (IAG), é um dos coordenadores do núcleo de astrobiologia e tem como vertente da sua pesquisa a busca por microrganismos que consigam sobreviver em condições adversas. Seu projeto de pós-doutorado consistiu na construção da Astrocam, um aparelho de simulação espacial e planetária, essa câmara é capaz de variar níveis de pressão, concentração de gases ou vácuo, radioatividade e pH (acidez), podendo representar um ambiente como o de Marte ou de uma nuvem interestelar.

Em parceria com o núcleo de microbiologia, Galante coleta microrganismos de ambientes pouco habitáveis (vulcões, desertos, fontes termais, geleiras) e os expõe a esses tipos de condições para testar sua resistência e adaptabilidade. Entre os espécimes coletados muitos foram capazes de sobreviver na superfície simulada de Marte, pelo menos por algum tempo. Galante trabalha atualmente no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas, dando procedimento a pesquisa e coletando os novos dados obtidos para o núcleo do IAG.

Esse tipo de experimento tem grande importância no núcleo porque abrange os conceitos do que é essencial para formação de vida e para sua sobrevivência. Uma equipe da Universidade do Arizona filiada a NASA, em 2010, descobriu uma bactéria (GFAJ-1) capaz de viver na presença do Arsênio (As). Nesse ambiente terrestre aparentemente inabitável pela contaminação, a bactéria vive com o composto na sua composição como substituto do Fósforo (P). A descoberta trouxe novas perspectivas para uma vida extraterrestre baseada em formas diferentes das tradicionalmente conhecidas.
 


A interdisciplinaridade é um dos grandes atrativos da área, as pesquisas exigem uma abordagem multidisciplinar pelo foco em temas tão amplos e complexos. O grupo possui integrantes de diversos institutos da USP e outras faculdades, trabalham em conjunto biólogos, biofísicos, físicos, astrônomos, engenheiros, cientistas planetários, oceanógrafos, químicos, entre outros.

Outras vertentes do núcleo incluem, por exemplo, pesquisas em astroquímica que buscam a formação de moléculas complexas em ambientes espaciais. Pesquisas recentes levam a crer que a vida na Terra seja originária do espaço, pois ele fornece ambientes muito mais propícios para as reações químicas que geram moléculas complexas de carbono que a Terra em seu estado primitivo, como experiência de Miller-Urey especulava.

A astrobiologia é uma área recente de pesquisa, com fundação do primeiro grupo nos Estados Unidos, em 1998, núcleos surgem em várias universidades ao redor do mundo. As novas tecnologias da astronomia permitiram um grande avanço no entendimento sobre a vida terrestre, a sua origem e a busca de outros planetas que possuam condições adequadas para ela. O grupo conseguiu ter o núcleo de pesquisa aprovado pela universidade apenas em 2011. 

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br