A avaliação gestacional de éguas prenhes com o objetivo de identificar problemas relacionados à mãe e que vão culminar em problemas placentários é objeto de estudo da professora de obstetrícia veterinária, Cláudia Barbosa Fernandes. A consequência desses problemas placentários, por sua vez, influenciará o desenvolvimento do potro que, em última instância, é o centro de interesse da criação de equinos.
Dessa forma, colocando-se o potro como fim último, procura-se, por meio dessa avaliação, estabelecer parâmetros e marcações importantes na mãe, dado que ela influencia diretamente a cria, possibilitando ao produtor um prévio conhecimento acerca de quais as éguas possuiriam as melhores características para gerarem novos animais.
A pesquisa se dá por meio do acompanhamento da éguas prenhes a partir do quinto mês de gestação. Esse acompanhamento ocorre com avaliações semanais, com coleta para avaliação hormonal para se traçar um perfil da gestação, bem como um acompanhamento no momento do parto, da eliminação da placenta e do desenvolvimento do neonato até que eles alcancem 30 dias de nascidos.
Os resultados da pesquisa ainda são preliminares e ainda não há nenhuma estatística. Porém, há indícios de que quanto maior o porte da égua, a sua idade e o número de partos já tidos pelo animal, haverá uma influência, numa relação positiva, à condição de desenvolvimento do potro no momento do nascimento, gerando potros maiores, mais altos e com maiores perímetros toráxicos.
É interessante perceber que o estudo lida com éguas que não partilham material genético com a descendência. Ou seja, são éguas receptoras, o que se chama comumente por “barriga de aluguel”. Nesse sentido, o desenvolvimento do potro nesse estudo não está sendo avaliado por conta do seu material genético, mas, sim, pela melhor condição que a égua receptora possibilita a esse animal. Isso se daria, pois, em função de um maior espaço uterino, uma maior possibilidade de interação com a mãe, seja por meio do recebimento de nutrientes, seja por meio do recebimento de oxigênio. Todos esses fatores, portanto, influenciariam no desenvolvimento do animal.
A importância do tamanho desses animais ocorre por razões comerciais, dado que potros maiores e mais bem desenvolvidos terão um maior valor no mercado. O destino desses potros, em geral, é a utilização em práticas esportivas.
O trabalho em questão se iniciou em 2011 e, atualmente, já há um interesse em iniciar novas linhas de pesquisa no tema, avaliando, inclusive, o terço inicial da gestação, dado que a atual pesquisa trata apenas do terço final. A importância dessa nova linha seria a de que há toda uma fisiologia diferente da gestação e, nesse sentido, a égua é bastante particular.