A hipótese da vida extraterrestre é um tema que causa descrédito em muitos pesquisadores. Entretanto há um ramo da ciência, que vem crescendo e tomando força nos últimos anos chamado astrobiologia, que estuda a evolução e a distribuição da vida pelo Universo. Já na literatura e na filosofia esse assunto é muito popular e já foi diversas vezes discutido. A abordagem entre essas diferentes ciências em relação a esse tema é estudada pelo professor Amâncio César Santos Friaça, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP.

A definição de astrobiologia sofreu algumas mudanças ao longo do tempo. Inicialmente abordava apenas a ideia da vida fora da terra. Atualmente estuda o conceito de Universo com vida, incluindo a vida terrestre e suas relações com o Universo. Segundo Amâncio, a própria compreensão de vida na terra precisa levar em conta a existência cósmica. Alguns eventos catastróficos que interferem ou já interferiram na vida terrestre, como processos de extinção ou transporte de matérias, são exemplos que provam a necessidade de relacionar esses dois ambientes. Além disso, há exemplos de elementos químicos presentes na terra que também são encontrados fora dela.

Um desses casos, segundo Amâncio, é o chamado evento de Tunguska. Foi um objeto celeste que caiu na terra em 1908, na região da Sibéria. É considerado o maior impacto de um objeto contra a terra na história recente, nele podemos encontrar evidências de gelo em algumas de suas derivações, como água e ozônio. Em relação a esse mesmo evento, há outro fato interessante: na sua queda houve uma imensa explosão e o objeto causador do impacto não deixou evidências. Assim, segundo o presidente da fundação de fenômeno espacial Tunguska, Yuri Labvin, essa explosão teria sido causada pela colisão de uma nave espacial com o meteoro.

Na literatura existem alguns exemplos de histórias que abordam o assunto, como o conto O Cair Da Noite (Nightfall) de Isaac Asimov e Robert Silverberg. Trata-se da história de um planeta chamado Kalgash, no qual não existe noite. O planeta possui seis sóis, e nele habita uma espécie de população humanóide que não consegue viver em ambientes sem iluminação. Na mitologia greco-romana também há exemplos desse tema, como o mito de Faetonte. Para honrar Poseidon, de tempos em tempos eram promovidos os chamados jogos Ístmicos. Uma das modalidades era uma espécie de carro de cavalos de combate, e um dos primeiros vencedores dessa corrida teria sido Faetonte, que teria chegado na terra após dirigir essa carruagem pelos céus até ser abatido por Zeus.

Amâncio também possui linhas de pesquisa que estudam temas como Cosmologia (estudo da origem do Universo), evolução química do Universo, formação e evolução de galáxias e meio intergalácteo e meio interestelar (materias existentes no sistema solar).