ISSN 2359-5191

07/08/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 60 - Saúde - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Estudo investiga fator de risco para casos de Brucelose e Tuberculose no noroeste do Estado

Com o intuito de estimar as prevalências do foco dos reagentes de tuberculose e de brucelose em propriedades e do foco de animais dentro de toda a região do circuito pecuário 2 do estado de São Paulo, Rodrigo de Souza Ferreira apresentou seu doutorado que analisa as sete regionais do circuito. Com o título de Situação epidemiológica da brucelose e tuberculose bovinas no circuito pecuário 2 do estado de São Paulo, as regionais estudadas foram Jales, Fernandópolis, São José do Rio Preto, Catanduva, Barretos, Votuporanga, General Salgado, constituindo um total de 126 municípios, em que todos foram amostrados.

Brucelose e tuberculose são duas zoonoses de grande importância, não apenas pela possibilidade de transmissão ao homem, quanto pelas perdas econômicas no rebanho. Por conta dessas perdas, foi criado o Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose, com o objetivo de reduzir a prevalência e a incidência de ambas as zoonoses. Esse programa é acompanhado por cada estado e é feito por meio de estudos observacionais, nos quais se insere o doutorado.

Também motivadas pelas perdas, foram criadas as propriedades certificadas, que podem ser classificadas como livres – para gado de leite –, ou monitoradas – para gado de corte –, com vistas à melhora da eficiência do programa. Desse modo, os produtos e animais têm uma certificação de origem, o que gera uma aceitação melhor no momento da comercialização.

O estudo, realizou um geoposicionamento para identificar espacialmente a localidade dessas propriedades dentro das regiões. Bem como foi utilizado um questionário, com o objetivo de identificar quais os fatores que poderiam estar relacionados e quais poderiam ser fator de risco para casos positivos de brucelose e de tuberculose nas propriedades.

Dentro da classificação, a propriedade poderia ser considerada foco ou não-foco. Para brucelose, ter o mínimo de um animal positivo, já inseria a propriedade na condição de foco. Já para tuberculose, o mínimo de um positivo para até 20 animais testados, e seguindo essa proporção, para a classificação.

Resultados

Ao todo 33 propriedades foram consideradas foco para brucelose e 30 tiveram positivo para tuberculose. A maior prevalência de brucelose se deu em propriedades produtoras de leite, seguidas pelas de corte e, por fim, pelas mistas. Já com relação à tuberculose, a sequência foi de primeiro as produtoras de leite, seguida pelas mistas e, finalmente, pelas de corte.

Ao comparar com o estudo anterior, de 2001, tanto a prevalência de animais, quanto a prevalência de focos para brucelose, foram estatisticamente iguais. É considerado, então, que não houve, nem diminuição, nem aumento da prevalência da zoonose no Estado. Com relação à tuberculose, não havia nenhum trabalho anterior que servisse de parâmetro comparativo.

Como sugestão ao Serviço de Veterinária Oficial de São Paulo, o doutorando propõe, para que se diminua a prevalência tanto de tuberculose, quanto de brucelose algumas iniciativas. Dentre elas, detacam-se o aumento da educação sanitária sobre a importância de se vacinar contra a brucelose, de se eliminar animais positivos e também de se exigir o exame negativo de brucelose e tuberculose para animais, antes de incluí-los no seu rebanho, além de manter a cobertura vacinal de, no mínimo, 80%.

Rodrigo de Souza Ferreira também ressaltou a importância de se intensificar a fiscalização de propriedades maiores, visto que são as que mais comercializam animais e que, de acordo com o estudo tiveram maior fator de risco, tanto para brucelose, quanto para tuberculose. No que se refere à tuberculose, como ela foi maior, tanto em rebanhos leiteiros, quanto em mistos, o pesquisador aconselhou estimular os produtores que têm esse tipo de criação a realizarem o exame periódico de tuberculose em seus animais. E, dado que a tuberculose não possui vacina, eliminar os positivos. Por fim, concluiu ressaltando a importância de se incentivar a certificação de propriedades livres e monitoradas.

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