Um grupo de pesquisadores do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, associado a órgãos executores de políticas sanitárias do país, se apresenta como centro colaborador em saúde de animais. A parceria ocorre por meio de apoio técnico e científico para todos os programas nacionais de controle de doenças nessas populações, além de associações eventuais com programas estaduais e municipais.
A união que mais envolveu o grupo e que gerou uma produção científica expressiva foi a desenvolvida com o Ministério da Agricultura, através do apoio da universidade enquanto centro colaborador ao Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose. Essa parceria se iniciou desde o início do programa, em 2001. “A nossa responsabilidade foi a de desenvolver estudos, junto aos Estados, para caracterizar a situação epidemiológica dessas duas doenças”, explica o professor José Soares Neto.
O grupo, ao lidar com epidemiologia, trabalha com metodologias que permitem tomadas de decisões pelos órgãos executores. A importância dessas decisões aumenta quando se leva em conta as dimensões das populações das cadeias produtivas no Brasil. Quando se tem que “o Brasil é o maior exportador de carne bovina, de carne de aves e está sempre entre o 3º e o 4º lugar em exportação de carne suína, a responsabilidade é enorme. Toda essa cadeia gera milhares de empregos e o país não pode ter crises sanitárias”, sintetiza o professor.
Essa parceria possibilitou um grande aporte de informações para a Universidade, além de muitas publicações. No bojo desse projeto ainda há oportunidade de se formarem muitos recursos humanos. E, segundo José Soares Neto, esse é um ponto positivo, uma vez que esses recursos humanos são pessoas do próprio serviço oficial brasileiro.
O professor explicou que “quem faz o trabalho de campo são os serviços oficiais. São trabalhos enormes, que envolvem uma grande logística. Há de se visitar milhares de propriedades e realizar um trabalho de grande fôlego.” Porém, na formação de recursos humanos, todos aqueles que desejarem realizar suas pós-graduações, seja na USP, seja nos seus devidos Estados, serão recebidos na Universidade sem qualquer impedimento.
O trabalho, na medida em que, após a caracterização inicial, é preciso, periodicamente, se fazer checagens para verificar se as intervenções estão apresentando resultados adequados, não possui fim.
Outra parceria mais recente ocorre com o Ministério da Pesca, em que existe uma proposta de tornar a Universidade o centro de epidemiologia para organismos aquáticos. A execução dessa proposta faria com que, ao invés de ser montado um centro de epidemiologia no Ministério da Pesca, eles se associassem a uma instituição já reconhecida pelo domínio desse cohecimento e quando a questão em pauta dissesse respeito a epidemiologia dentro do Ministério, a atribuição seria da Universidade. A proposta de investimento do Ministério no Departamento também depende de uma contrapartida da reitoria, que deverá, da mesma forma, investir no VPS.
Participam do centro colaborador a professora Evelise Telles e os professores Fernando Ferreira, Marcos Amaku, Ricardo Augusto Dias, José Hildebrando Grisi e José Soares Ferreira Neto. Como parceiro do centro colaborador está a Universidade de Brasília, com o professor Vítor Gonçalves.