São Paulo (AUN - USP) - Os turistas de negócios em visita a São Paulo priorizam hotéis próximos a seus locais de trabalho e com as menores diárias, revela uma pesquisa de mestrado apresentada à Escola Politécnica da USP. Os 79 entrevistados dizem que procuram fugir dos congestionamentos da capital paulista, que podem tomar grande parte de seu tempo de trabalho.

Segundo o autor da pesquisa, Henrique Wanderley, o trabalho procura mostrar o que os turistas de negócios buscam nos hotéis. Para ele, os consumidores apresentam preferências diversas, e conhecê-las pode ser útil para os hotéis adaptarem suas ofertas ao mercado e obter vantagens competitivas.

Resultados

Perguntados sobre o que mais levavam em conta ao escolher um hotel em São Paulo, os entrevistados elegeram a localização como o fator mais importante. Em seguida, eles consideram o valor da diária do estabelecimento, os equipamentos e serviços oferecidos e o oferecimento de programas de fidelidade.

Sobre o tema “localização”, 87% dos hóspedes apontaram a proximidade do hotel com o local de trabalho como o tópico mais relevante. Completando a lista, 49% consideram importante a facilidade de acesso ao hotel e 27% preocupam-se com as opções de lazer nos arredores. Os entrevistados puderam marcar mais de uma resposta nesta questão.

A pesquisa revelou outros traços do perfil do turista de negócios. Cerca de 82% já estiveram outras vezes em São Paulo; 78% passam três dias ou mais hospedados na cidade; 84% chegaram à cidade por transportes aéreos; e 78% se locomovem na cidade em táxis.

Metodologia

A partir de um conjunto bibliográfico, o pesquisador elaborou um questionário com 13 questões - 12 alternativas e uma discursiva. Segundo ele, as perguntas procuraram entender o comportamento do hóspede com relação à importância da localização do hotel, a estrutura que este oferece para que ele trabalhe, a fidelidade ao hotel, o grau de satisfação do cliente, entre outros.

Em seguida, o questionário foi distribuído a 41 hotéis nas regiões do centro, avenida Paulista, Jardins, Itaim Bibi, Vila Olímpia e Brooklin. Destes, apenas 12 aceitaram distribuí-lo a seus clientes. Outros 32 turistas responderam as perguntas por e-mail.

Como a pesquisa pretendia analisar as preferências dos clientes mais exigentes, o questionário não foi distribuído aos chamados "hotéis econômicos", que cobram diárias menores do que 100 reais. "Os hóspedes deste tipo de hotel não se enquadravam nos propósitos do estudo", afirma Wanderley.

Para ele, o trabalho permite concluir que os hóspedes não estão dispostos a pagar mais por serviços ou equipamentos diferenciados que atendam a suas necessidades. Também revela que, entre hotéis com localização estratégica e mesma faixa de preço, levam vantagens os que oferecem suporte para o trabalho no local.