ISSN 2359-5191

23/09/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 68 - Meio Ambiente - Instituto de Biociências
Esponjas monitoram poluição do ambiente
(Fonte: Wikimedia Commons)

As esponjas podem ser excelentes biomarcadores – organismos que indicam o estado e refletem alterações do habitat – mas essa função não é aproveitada em sua totalidade, principalmente porque não se conhece a fundo a fisiologia desse filo. Este potencial, de animais tão desconhecidos pela sociedade, foi apresentado pelo professor Márcio Reis Custódio em evento intitulado Esponjas como Biomarcadores e Biomonitores de Poluição, ocorrido recentemente e ralizado pelo Instituto de Biociências (IB) da USP.

Estes animais, do filo Porifera, alimentam-se por filtração de água e têm sua fisiologia baseada apenas em aproximadamente 20 tipos de células. Sem órgãos nem tecidos desenvolvidos, possuem até mesmo características de seres unicelulares. Por esse e outros motivos, este animal seria um perfeito biomonitor de poluição no meio aquático. São abundantes, possuem ampla distribuição, podendo estar presentes em todas as profundidades, latitudes e ambientes – inclusive água doce – e também são sésseis, ou seja, fixas no substrato. Por permanecerem fixas no solo, estão expostas às alterações do ambiente e, graças a sua sensibilidade, conseguem registrar tais alterações.

São excelentes filtradores, chegando a filtrar até 24 mil litros de água, por quilograma, por dia – enquanto os bivalves, também filtradores, filtram no máximo 360 litros. Quanto à retenção, também são eficientes, captando particulados de 0,2 a 50 micrômetros, além de detectar materiais dissolvidos como proteínas, íons e compostos solúveis. O professor Márcio afirma: “As esponjas são capazes de refletir muito bem as condições locais”. Além de biomarcadoras, essas características também fazem delas ótimas biorremediadoras, por terem grande capacidade de remoção de carga orgânica.

O grande problema está na aplicação destas várias qualidades dos poríferos: o professor cita pesquisa estrangeira em que tentaram usar as esponjas para “limpar” água proveniente de tanques de peixes, e assim criar um sistema que se autossustentaria. As esponjas conseguiram retirar até 90% dos coliformes e 84% das bactérias, mas morriam rapidamente, por motivos ainda desconhecidos. Este estudo é uma evidência de que ainda não se tem conhecimento o suficiente da fisiologia destes animais para criá-los em um sistema fechado e, então, aproveitar de forma completa suas vantagens para o ambiente e sociedade.


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