A Prefeitura do Campus USP da Capital (Pusp-C) em parceria com a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP inicia a implementação de uma nova política para animais abandonados no campus. Mais de 100 casos de animais vítimas de abandono na Universidade foram registrados até o momento.

A ideia do projeto é baseada no conceito de animal comunitário, ou seja, eles permanecem no campus e convivem de forma livre com a comunidade e a Universidade, que fornece condições para que se mantenham saudáveis. Segundo Ricardo Prist, chefe técnico do serviço de saúde ambiental da Pusp-C, “os cachorros são avaliados clínica e laboratorialmente na FMVZ, em seguida, são castrados e recebem as vacinas necessárias para evitar que contraiam ou transmitam doenças”. Além disso, “estão sendo identificados por meio de de um micro-chip e de uma coleira azul com uma placa, na qual constam seus dados.” Foi estabelecido também um número máximo de 10 animais por hectare na Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira (Cuaso), totalizando 47 cães.

De acordo com uma pesquisa realizada na FMVZ, Ricardo Dias, o professor da unidade, afirma “realizamos um monitoramento das entradas do campus como forma de identificar os abandonadores e denunciá-los.” Diferentemente do que era esperado, “a entrada da São Remo não é o maior ponto de abandono, mas, sim, os portões da Vila Indiana e do Hospital Veterinário (Hovet).”

Para Dias, “os animais permanecem no campus por encontrarem condições de alimentação, abrigo e conforto favoráveis”. Porém, não é possível que o Hovet e o canil se responsabilizem por todos os animais encontrados na Cidade Universitária. Outro fator preocupante é a desinformação. Por simpatizarem com os animais, membros da comunidade USP têm o costume de alimentá-los, uma vez que não sabem que os cachorros já recebem cuidados. “Os cães chegam a comer até cinco vezes por dia em grande quantidade. Além disso, a comida oferecida é inadequada para eles e chega a, inclusive, atrair pombos, ratos, insetos e urubus”, conta.

Para a nova política, a Pusp-C criou a Divisão Técnica de Gestão Socioambiental e a Seção de Monitoramento de Fauna, que se responsabiliza por controlar a chegada e permanência dos animais no Campus. O projeto busca denunciar casos de abandono e estimular uma convivência sustentável.

Apoio da comunidade USP

A FMVZ pretende realizar encontros e palestras em todas as unidades da USP para informar e esclarecer dúvidas com relação ao projeto. Além disso, a comunidade também pode contribuir para melhorar as condições de vida dos animais. É possível comunicar casos de abandono pelos telefones (11) 3091-4471, da própria Pusp-C, ou (11) 3091-4222, da Guarda Universitária. Nesses casos, o animal será recolhido pela Prefeitura do Campus que tomará as medidas necessárias e, se o abandonador for identificado, uma denúncia será feita ao Ministério Público e à Delegacia do Meio Ambiente.

É possível também adotar um animal no canil ou no gatil da Cidade Universitária. Para isso, é preciso agendar uma visita pelos telefones (11) 3091-4823 ou (11) 3091-4891. As visitas são marcadas de segunda à sexta-feira, das 8 às 16 horas.

Mais informações: (11) 3091-4468 ou saudeambiental@usp.br.