ISSN 2359-5191

07/04/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 02 - Meio Ambiente - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Projeto vai atrair mais turistas para Itaipu

São Paulo (AUN - USP) - Exuberância, ineditismo, interatividade, qualidade, sociabilidade, hospitalidade e atenção. Apostando nesses fatores, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) realizou o Planejamento Estratégico para Desenvolvimento Turístico de Itaipu, que levou um ano para ser elaborado e foi concluído recentemente. Famosa por ser a maior hidrelétrica do mundo, Itaipu já recebe 600 mil turistas por ano. O objetivo, agora, é que o projeto atraia todos os visitantes de Foz do Iguaçu (PR), onde a usina está localizada, já que atualmente a cidade atrai 1 milhão de pessoas por ano, é o 4º destino dos turistas estrangeiros no Brasil e o 3º parque hoteleiro do país, ficando atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Para o pesquisador do IPT, engenheiro agrônomo e mestre em Economia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP), João Pizysieznig Filho, é possível que todas essas pessoas passem a visitar a usina. “Trata-se de um gigantesco monumento à engenhosidade humana e fica bem próximo à outra maravilha da natureza, as Cataratas do Iguaçu”, argumenta.

O Instituto, que presta consultoria a municípios e regiões na elaboração de planos de desenvolvimento para o turismo, preocupou-se em promover debates e consultas populares na região. Assim, o projeto não foi apenas apresentado à população, mas construído com ela. “Realizamos várias reuniões em Foz do Iguaçu com os núcleos comunitários e seus líderes, relata Pizysieznig, que é coordenador do programa. O engenheiro conta que, para que as pessoas das comunidades mais carentes participassem efetivamente do debate, um trabalho de conscientização foi realizado pela equipe. “Algumas pessoas não entendem como o turismo pode afetá-las, negativa ou positivamente. O IPT também tem esse papel de esclarecer o turismo como gerador de renda, emprego e crescimento econômico e social”.

Tratar bem o turista, dar informações, ser receptivo e hospitaleiro são algumas das características da comunidade que podem fazer toda a diferença. Além disso, o projeto também estimula a participação de artesãos, pessoas com habilidades culinárias e artistas da região. “Esses indivíduos são parte disso, ou, como se diz em jargão da área, são players do turismo, que é uma atividade sui generis, se dá em meio à sociedade, em meio ao povo”, aponta o engenheiro.

Turismo auto-sustentável

“Itaipu não vai gastar um tostão, pelo contrário”, afirma Pizysieznig. De acordo com o projeto, o ingresso que será cobrado nas visitas, com preços diferenciados para estudantes, idosos e a comunidade local, é suficiente para a manutenção do programa. Se atualmente o turista que visita Foz do Iguaçu gasta em média U$ 80 por dia, a proposta é que ele seja atraído a ficar um dia a mais na cidade, o que implica mais gastos com estadia, alimentação, transporte e lazer. Isso representa um significativo crescimento no PIB da região, que pode dobrar, segundo dados fornecidos pelo coordenador.

A infra-estrutura necessária para a execução do projeto está basicamente pronta, já que a idéia do programa é atrair para a usina as pessoas que visitam e se hospedam na região, mas não se sentem atraídas pela hidrelétrica. Para explorar melhor seus recursos, o projeto foi dividido em três etapas: o planejamento básico, de aplicação imediata, que disponibiliza a estrutura mínima –transporte, monitores, atendimento ao turista; ampliado, que busca, como o nome já diz, ampliar a capacidade de atrativos já prontos, como por exemplo o passeio no Lago de Itaipu, que depende da compra de um barco, da construção de um porto; e o planejamento a longo prazo, que estabelece critérios para a escolha de novos projetos – auto-sustentabilidade, respeito à identidade turística de Itaipu, com os muitos povos que trabalharam na obra e fazem parte da história da região.

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