São Paulo (AUN - USP) - Esquematizações detalham o deslocamento através do Oceano Índico e a altura da super-onda que atingiu o sudeste asiático, no site do Instituto de Geociências (IGc) da USP (http://www.igc.usp.br ). As imagens e animações mostram cada meia hora da ação da onda, mostrando como ela contornou a ilha de Sumatra, da Indonésia, pelo norte, atingindo também sua porção leste e a Malásia, e como, mesmo muito tempo depois, chegou a alcançar até a costa leste da África. Há registros dela na Austrália e ainda nas costas leste e oeste das Américas. Além disso, há também no site muitas outras informações, diretamente do programa do curso de Geologia.
Com uma margem de erro de cerca de 6 quilômetros, um número razoável para uma região não tão monitorada, os cientistas do Earthquake Hazards Program do U.S. Geological Survey precisam o local exato do epicentro do terremoto no oeste da Ilha de Sumatra, Indonésia, e a profundidade, 30 quilômetros (e isso é abaixo do fundo do mar).
A situação nos locais atingidos já está bastante normalizada. Contudo, mesmo tendo chocado todo mundo, pouca gente sabe como e porque tudo aconteceu. Tudo começou um pouco antes das 8 horas da manhã do dia 26 de dezembro de 2004, horário local – fuso horário de Bangkok. O encontro de duas placas tectônicas liberou uma grande quantidade de energia num terremoto, e essa perturbação gerou a onda gigante que se espalhou pelo Oceano Índico e atingiu diversas regiões costeiras.
As placas tectônicas
A teoria das placas tectônicas ficou desacreditada por muito tempo até 1950, quando novas tecnologias lhe deram mais evidências. Hoje, ela é ensinada nas escolas. Regiões de encontro de duas placas tectônicas têm atividades geológicas intensas, e a porção nordeste do Oceano Índico é uma delas; fato evidenciado pelas montanhas submarinas, locais de atividade geológica intensa.
A microplaca tectônica de Burma sobrepõe-se à da Índia, que vai descendo no manto de magma causando estresses. Essa interface entre as placas é a Falha de Sunda, situada pouco a oeste da ilha de Sumatra. Em 26 de dezembro último, um forte terremoto submarino por ali, o maior desde 1964, provocou um rápido deslocamento gigantesco de água, o tsunami – definição japonesa de onda gigante – que se espalhou em círculo a partir desse ponto incial – como as ondas de choque de uma pedra que tivesse atirado no mar – e as ilhas da Indonésia só o conseguiram parar com muito custo.
Terremoto é a forma de liberação da grande quantidade de energia acumulada nesses estresses entre as placas, e acumulação na Falha de Sunda já durava centenas de anos. Não bastasse toda essa destruição – e as anteriores menores: 1797, 1833, 1861 e 1881 – os geólogos estimam que em cerca de 200 anos novas tensões acumuladas causem terremotos semelhantes. Ainda há porções da Falha que não produziram seus próprios terremotos. Com um prazo desses é possível até tentar alguma forma de prevenção, pelo menos.