ISSN 2359-5191

11/12/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 116 - Educação - Instituto de Química
Kits de ciência feitos por professores da USP chegam à rede pública
O projeto tem o objetivo de aproximar a história e as experiências científicas da realidade dos estudantes
Reprodução

Professores da USP, Unicamp e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveram kits de ciências para a distribuição em escolas públicas, chamados de Aventuras na Ciência. A iniciativa patrocinada pelo Ministério da Educação, bem como pelo Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) tem previsão de chegar aos alunos no primeiro semestre de 2014. Seu objetivo é o de aproximar as ciências exatas e biológicas, de modo a familiarizá-los com práticas experimentais, que são muito defasadas nos ensinos, médio e fundamental.

O Brasil ocupa as piores colocações mundiais em rankings que relacionam o nível do ensino de ciências no mundo. Em 2012, uma pesquisa encomendada à consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países, comparou a qualidade da educação de 40 países, de modo a considerar notas de testes, preparo dos professores e dentre outros fatores. O ensino brasileiro ficou em penúltimo lugar. 

A dificuldade de acesso dos estudantes à laboratórios, onde possam manipular objetos reais de seu estudo e, desse modo, perceber como se aplicam seus conhecimentos adquiridos pode-se juntar aos diversos fatores que colocam a educação brasileira tão em baixa quando comparada a outros países. Em resposta a isso, esse grupo formado pelos mais renomados docentes decidiu se unir para tentar modificar esse caráter obsoleto. Em vídeo explicativo disponível no site do projeto, Moysés Nussenzveig, professor da área de física da UFRJ e um dos idealizadores do projeto, disse que “os kits nasceram da convicção de um grupo de cientistas de que se poderia dar uma contribuição relevante ao ensino médio de ciências, estimulando essa curiosidade inata do aluno e recuperando o prazer de descobrir como as coisas funcionam”.

Além de Moysés, a iniciativa contou com os docentes de física da USP Beatriz Barbuy, Vanderlei Bagnato, na área de biologia, Mayana Zatz e Eliana Dessem, em matemática e química, respectivamente, Eduardo Colli e Henrique Toma, e o professor de física na Unicamp, Carlos de Brito Cruz. Todos são renomados em suas áreas de atuação e desenvolvem muitas pesquisas de ponta nas Universidades de origem.

Os kits são compostos por um folheto que descreve os resultados dos experimentos nele contidos e também conta a história dos cientistas que os descobriram. Inclui um manual de instruções sobre como realizar as experiências propostas e diversas perguntas sobre os resultados. São, ao todo, cinco áreas trabalhadas: biologia, física, astronomia, matemática e química. E ainda há a possibilidade de encontrar vídeos-aula no site do Aventuras na Ciência, em que os professores de cada área falam sobre as atividades propostas.  

Esse projeto “é uma forma de tornar o conhecimento mais popular, é um modo de chegar ao aluno que nunca viu laboratório na vida e que nem entrou em contato com a ciência possa se interessar pelas diversas áreas apresentadas pelo kit”, aponta Henrique. Longe de ter a ambição de formar novos cientistas, essa iniciativa propõe uma maneira diferente de enxergar a ciência, como algo que pode ser lúdico e que propicia, em cada descoberta, muitas aventuras. 

 

Vídeo em que o professor Henrique Toma explica como funciona o kit de química desenvolvido por ele. 

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