São Paulo (AUN - USP) - Com o aumento da poluição, a tendência é que o quadro clínico de pacientes asmáticos piore. Isso foi concluído em estudo realizado pela médica Ana Paula Amarante, do Hospital Universitário da USP (HU). O estudo mostrou também que existe correlação entre variação de temperatura e a piora dos pacientes.

Durante dois meses consecutivos, fez-se a coleta de poluentes na região do Butantã. Registrou-se também a temperatura e umidade relativa do ar nesse período. Simultaneamente, 33 pacientes preencheram um questionário no início e final de cada dia, onde anotaram a função pulmonar e sintomas apresentados. O objetivo era analisar se o aumento de HPA (Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos), presentes no material particulado fino, implicava em agravamento dos problemas decorrentes da asma brônquica.

A pesquisa demonstrou que existe relação entre aumento da quantidade de HPA nas partículas de poluição e a piora dos pacientes. Comparando-se os questionários dos pacientes com as condições ambientais, percebeu-se que “a maioria tinha piora no quadro clínico ao mesmo tempo, quando a poluição aumentava”, diz Ana Paula. Apesar disso, “seria interessante realizar um estudo com um número maior de pessoas e com maior duração, que envolvesse simultaneamente fatores indoor (do ambiente doméstico) e outdoor (meio externo)”, destaca.

Quanto à relevância de tal estudo, a pesquisadora relata que “essa é a primeira vez, no Brasil, que alguém estuda HPA com relação à saúde”. Em junho de 2004, a pesquisa foi apresentada no “Congresso de Estudos Epidemiológicos”, em Salt Lake City, EUA. No momento, está sendo preparado um resumo para publicação em revistas especializadas na área médica e de meio ambiente.